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Por que beber álcool ou comer doce nos deixa com sede? A ciência explica

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Do VivaBem

13/04/2018 12h04

Quem nunca sentiu aquela sede incontrolável depois de uma noitada ou de comer uma panela de brigadeiro? Até então, a relação entre a vontade de beber água e esses dois hábitos eram um mistério para a ciência, mas um estudo publicado na quinta-feira (12), no periódico Cell  Metabolism, descobriu o motivo.

Os pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, relataram que o responsável por essa sede é um hormônio que atua no cérebro para aumentar o desejo de beber água em resposta a estresses específicos de nutrientes que podem causar desidratação.

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Em experimentos com camundongos, os cientistas notaram que esse hormônio, chamado de FGF21, regula a hidratação em resposta ao estresse nutricional. "Sabíamos que a exposição ao álcool ou ao açúcar ativa a produção de FGF21 no fígado. O que agora mostramos é que esse hormônio viaja no sangue para uma parte específica do cérebro, o hipotálamo, para estimular a sede, prevenindo a desidratação”, explica Steven Kliewer, professor de biologia molecular e farmacologia na universidade.

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A exposição ao álcool ou ao açúcar ativa um hormônio viaja no sangue hormônio que estimula a sede, prevenindo a desidratação
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No teste, os cientistas perceberam que ratos normais e camundongos geneticamente incapazes de produzir FGF21 bebiam quantidades similares de água quando recebiam a dieta típica com ração. No entanto, uma dieta rica em gorduras e com pouco carboidrato estimulou o consumo de água em camundongos normais, enquanto camundongos geneticamente incapazes de produzir FGF21 falharam em aumentar a ingestão de água em resposta a esse estresse nutricional.

Teste pode ser usado para a fabricação de remédios que limitam o consumo de álcool

Além dos experimentos em camundongos, os testes também foram realizados em humanos. Pesquisadores da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria, pediram para 21 pessoas beberem aleatoriamente uma mistura de álcool e suco ou apenas suco. De hora em hora, os pesquisadores mediram seus níveis sanguíneos de FGF21.

Em resposta ao álcool, os níveis de FGF21 atingiram o pico em torno de duas horas e caíram depois disso. "Isso sugere que o FGF21 poderá, algum dia, ser usado como droga para limitar o consumo de álcool e proteger contra seus efeitos nas pessoas", diz David Mangelsdorf, co-autor do estudo.

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