Respiração consciente mantém o cérebro saudável e jovem
Você já ouviu falar na respiração controlada? De acordo com um novo estudo, o ato de inspirar e expirar de forma consciente, prática comum na meditação, pode manter o cérebro saudável e jovem a longo prazo.
O artigo, publicado no periódico Psychophysiology, mostra como a respiração controlada afeta os níveis de um neurotransmissor chamado noradrenalina, um "hormônio do estresse". "Quando estamos estressados, produzimos muita noradrenalina e não podemos nos concentrar", diz Michael Melnychuk, autor da pesquisa. "Quando nos sentimos lentos, produzimos muito pouco e, novamente, não podemos nos concentrar. Porém, há um ponto ideal de noradrenalina no qual nossas emoções, pensamentos e memória são muito mais claros."
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Para esse estudo examinar o efeito da respiração na noradrenalina e consequentemente na atenção, os pesquisadores usaram técnicas de neuroimagem e mediram a dilatação da pupila dos participantes enquanto realizavam tarefas cognitivas que exigiam grande foco. Eles monitoraram e calcularam a respiração, o tempo de reação e a atividade na região do cérebro chamada locus coeruleus, lugar envolvido com a atenção e a respiração e onde esse neurotransmissor é produzido.
Após os testes, Melnychuk e sua equipe descobriram que os participantes do estudo que se concentravam melhor nessas tarefas tinham melhor acoplamento entre padrões de respiração e atenção. Além disso, a atividade no locus coeruleus aumentou quando os voluntários inspiraram e diminuiu à medida que expiravam.
“Isso significa que nossa atenção é influenciada por nossa respiração. É possível que, concentrando-se e regulando sua respiração, você possa otimizar seu nível de atenção e, da mesma forma, concentrando-se em seu nível de atenção, sua respiração se torna mais sincronizada", explica o autor do estudo.
Descobertas podem explicar os benefícios da meditação
De acordo com os pesquisadores, essa descoberta pode ajudar a explicar por que os praticantes de meditação relatam maior foco e têm cérebros mais saudáveis. O estudo ainda pode ser útil para tratar pessoas com transtorno de déficit de atenção e também idosos saudáveis --que desejam manter sua mente ágil até a velhice.
"Os cérebros geralmente perdem massa à medida que envelhecem, mas menos nos cérebros dos meditadores de longo prazo", acrescenta Ian Robertson, principal autor do estudo. "Cérebros mais 'jovens' têm um risco reduzido de demência e técnicas mindfulness fortalece as redes cerebrais."
Segundo os cientistas, a pesquisa oferece uma possível razão para isso: a respiração controla a noradrenalina, que na 'dose' certa ajuda o cérebro a desenvolver novas conexões entre as células.
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