Yanny ou Laurel? Especialistas explicam por que cada um ouve de um jeito
Pare tudo o que está fazendo e se aventure na nova polêmica da internet: neste áudio, você ouve a palavra “Yanny” ou “Laurel”?
A publicação está se espalhando nas redes sociais e gerando indignações da mesma forma que aquele caso do vestido que era azul para uns e dourado para outros, lembra? Mas como sempre, a ciência pode explicar o que está por trás da discórdia, já que algumas pessoas juram de pés juntos que ouviram "Yanny" e outras "laurel". Independente do que você escutou, não há nada de errado com sua audição, tudo está concentrado na maneira como você absorve frequências.
Quando nós falamos, produzimos ondas de som que são moldadas pelo comprimento e forma do trato vocal, o que inclui laringe, garganta, cordas vocais, boca e nariz. Dependendo jeito que tudo isso se mexe durante a fala nós emitimos frequências e sons distintos.
As variações de frequência podem ir de um piano até um apito, passando por um grito de um cantor de ópera. A maioria das pessoas com audição saudável tem um alcance que fica em torno de 20 kHz, cerca de duas oitavas acima da nota mais alta de um piano, segundo reportagem do site Spin.
Mas existem barulhos ainda mais sensíveis que nem conseguimos identificar. Cachorros, por exemplo, ouvem até cerca de 45 kHz. É por isso que eles escutam aqueles apitos para cães que nós usamos e achamos que não faz ruído algum, mas o animal aparece assim que você assopra.
Os sons que compõem Yanny na gravação estão em algum lugar perto da marca de 20 kHz. Então, se você é do time que escutou Yanny, está entre pessoas que têm uma audição mais sensível se comparado com alguém que ouve Laurel.
Não se preocupe muito com o estado da sua audição se você for uma "pessoa Laurel", isso não quer dizer que está escutando pior.
Variações na percepção de alta frequência são normais e variam de pessoa para pessoa. As mulheres em geral são melhores do que os homens para sons sensíveis e a idade diminui essa habilidade em todas as pessoas.
De acordo com Chelsea Sanker, um foneticista da universidade de Brown (EUA), que deu entrevista para o site The Atlantic, a confusão auditiva também pode estar ligada ao fato de que o som não está velarizado, ou seja, a língua do falante não está tocando a parte de trás do palato mole --esse “véu” que temos no céu da boca antes da amídala. Como quem gravou o áudio não movimentou o trato vocal de forma adequada, abriu portas para diferentes interpretações.
De qualquer forma, uma descoberta interessante sobre o áudio viral foi que alterando o tom da gravação você pode ajustar o que ouve. Em geral, as pessoas ouviam o Yanny mais consistentemente quando o tom era mais baixo e o Laurel quando o tom era mais alto.
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