Estudo descobre novos usos para medicamentos antivirais já existentes
Os vírus que causam zika, ebola e gripe são um problema crescente, especialmente nos países em desenvolvimento. Apesar da OMS (Organização Mundial da Saúde) tentar um melhor controle das doenças virais, o desenvolvimento de medicamentos para esse fim parece ser um desafio.
Agora, uma equipe multinacional de cientistas e clínicos, liderada por Denis Kainov, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), analisou todos os agentes antivirais experimentais e aprovados, que se mostraram seguros em humanos, na tentativa de novos usos contra vírus existentes e emergentes.
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Drogas antivirais e vacinas são as ferramentas mais poderosas para combater as doenças virais. A maioria delas, no entanto, seleciona como alvo um único vírus, proporcionando assim uma solução não tão ampla, dizem os pesquisadores. Em contraste, os antivirais de amplo espectro podem cobrir vários vírus e genótipos, reduzindo a probabilidade de desenvolvimento de resistência.
Portanto, alguns deles podem ser usados para o tratamento rápido de cepas virais novas ou resistentes a drogas, para um tratamento de primeira linha ou para profilaxia de infecções agudas por vírus, bem como para co-infecções virais, que podem reduzir a complexidade do tratamento.
Com isso em mente, a equipe identificou 59 compostos que já demonstraram ser seguros em humanos e que visam pelo menos três doenças virais. Os pesquisadores, então, testaram 55 desses compostos em oito vírus diferentes, e descobriram que sete mostraram novos efeitos contra o HIV-1, o vírus Zika e a febre do Vale do Rift.
"O propósito de utilizar essas terapêuticas em outras doenças virais é o de economizar recursos e tempo necessário para o desenvolvimento de novas drogas", disse Kainov. Os pesquisadores ressaltam que seus resultados mostram que os antivirais de amplo espectro, seguros em humanos, podem ser usadas em outras infecções virais. O objetivo é criar drogas antivirais de amplo espectro, muito parecidas com as drogas antibacterianas de amplo espectro que estão atualmente disponíveis.
"O tratamento efetivo com antivirais de amplo espectro pode ser disponibilizado em breve, dependendo dos resultados de mais estudos pré-clínicos e ensaios clínicos. Os compostos mais eficazes e toleráveis ampliarão a terapêutica disponível para o tratamento de doenças virais", disse Aleksandr Ianevsky, primeiro autor do estudo e aluno de doutorado na NTNU.
De acordo com os autores, tais drogas "podem ser usadas como terapêuticas de primeira linha para combater as ameaças virais emergentes e reemergentes que têm impacto global, melhorando a prontidão e a proteção da população em geral contra epidemias e pandemias virais". Os resultados foram publicados no Antiviral Research.
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