Bichectomia: cirurgia para afinar o rosto é simples, mas apresenta riscos
Kim Kardashian, Madonna, Angelina Jolie, Ludmilla. Essas são só algumas das famosas que especula-se que conseguiram um rosto mais fino e alongado após fazerem uma bichectomia, cirurgia plástica que consiste na remoção de tecido gorduroso das bochechas.
O apelo das celebridades, o desejo por uma aparência mais magra e o fato de o procedimento ser pouco invasivo e de recuperação rápida, além de poder ser realizado por dentistas e dermatologistas (ainda que sob polêmica), estão entre os fatores que democratizaram esse sonho de beleza em nosso país.
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Até 2015, o tratamento sequer aparecia no censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), de tão baixo que era o número de operações realizadas. Mas em 2016 ano foram contabilizadas 7 mil cirurgias, e a expectativa é que o número tenha aumentado a partir de então --os dados de 2017 ainda não foram fechados. Com isso, o risco de banalização da técnica e de indicação desnecessária se tornaram a principal preocupação dos cirurgiões plásticos.
Como é o procedimento
A bichectomia consiste na cirurgia para retirada das chamadas bolas de Bichat, bolsas de gordura depositadas nas bochechas --entre a mandíbula e a maçã do rosto -- e que não têm uma função definida. Como se trata de um tipo de gordura que não é usado pelo organismo como fonte de energia --ou seja, não diminui com dieta e atividade física --, muitas mulheres acabam recorrendo ao bisturi na tentativa de afinar o contorno facial.
O procedimento pode ser feito em centro cirúrgico ou consultório médico, sob anestesia local, e normalmente dura menos de uma hora. O profissional faz uma incisão de cerca de 1 cm de comprimento no interior da bochecha para deslocar a gordura, que pode ser removida parcial ou totalmente. Os pontos são retirados depois de uma semana, período em que a face pode ficar inchada e apresentar hematomas leves.
Mudança estética não é garantida
Apesar de o procedimento ser simples, a decisão de se submeter a ele merece ser avaliada desde o início. Primeiro, porque a expectativa de “bochecha negativa” nem sempre será atendida. “Dependendo da estrutura facial, a bichectomia vai proporcionar uma mudança muito sutil, a ponto de não ser a opção ideal para conseguir o visual esperado”, avisa o cirurgião plástico Luis Henrique Ishida, da Universidade de São Paulo (USP). E segundo pois também há o risco de retirada desigual de tecido dos dois lados do rosto, criando uma assimetria facial.
Risco de dano nos nervos faciais
A localização das bolsas de gordura, bastante próxima a vasos sanguíneos e terminações nervosas, é outro desafio. Um dos acidentes mais comuns durante a operação é lesar ramos do nervo facial --responsável pelos movimentos e expressões do rosto --, causando paralisia temporária da musculatura, como aconteceu com a cantora Ludmilla no ano passado, quando se submeteu à bichectomia. “Outra estrutura que pode ser atingida é o ducto parotídeo, que transporta a saliva à boca”, fala a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da SBCP. “O líquido acumulado gera inchaço da bochecha, que precisa ser drenada para voltar ao normal”, completa.
Envelhecimento precoce
Diante da procura da bichectomia por mulheres cada vez mais jovens, os especialistas procuram alertar para o fato de que a gordura eliminada agora pode fazer falta no futuro. Isso porque, com o tempo, a tendência natural é a pele do rosto afinar e ceder, deixando a aparência envelhecida. Retirar o tecido adiposo das bochechas seria uma forma de antecipar esse efeito do tempo. “Daí a importância de escolher um cirurgião que estude o formato e as proporções faciais antes de realizar a plástica”, observa Luis Ishida.
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