Cápsulas recheadas de remédios podem ser usadas para atacar câncer cerebral
De acordo com um novo estudo publicado no periódico Nature, cápsulas de gordura de pouco mais de cem nanômetros de tamanho poderiam ser usadas para infiltrar drogas em uma das fronteiras mais difíceis do corpo: o cérebro. A ideia é que essas nanopartículas mirem especificamente no glioblastoma, um tipo de câncer cerebral agressivo.
Colocar qualquer coisa no cérebro por meio da corrente sanguínea é complicado devido a uma parede de células fortemente interconectadas que ficam no caminho. Essa barreira hematoencefálica tem uma função importante, pois impede que bactérias e vírus entrem na massa cinzenta e causem estragos no cérebro, mas essa muralha também torna muito mais difícil a absorção de moléculas estranhas no cérebro, como as toxinas usadas para atacar cânceres.
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Para resolver o problema, cientistas do MIT, nos Estados Unidos, projetaram cápsulas que poderiam atravessar a barreira e atingir o tumor as testaram em camundongos. As nanopartículas são cápsulas lipídicas recheadas de remédios usados na quimioterapia. Os pesquisadores revestiram as drogas em um tipo de proteína de ligação de ferro chamada transferrina, juntamente com uma substância química chamada polietilenoglicol. Uma vez do outro lado, essas moléculas de transferrina se atém a receptores similares usados ??pelo tumor, ignorando o tecido cerebral saudável.
Os ratos cancerosos que receberam doses diárias das partículas sobreviveram até duas vezes mais do que os animais que não receberam tratamento. Eles também mostraram menos danos ao tecido não-cancerígeno das drogas, em comparação com os ratos que receberam tratamento de forma convencional.
"Nosso objetivo era ter algo que pudesse ser facilmente traduzido, usando componentes sintéticos simples ", diz o principal autor do estudo, Fred Lam. De acordo com os pesquisadores, até agora, os testes só foram realizados em camundongos, mas se tudo correr bem, as cápsulas poderão fornecer um tratamento para tumores que normalmente tiram a vida de um paciente dentro de apenas 15 meses após o diagnóstico.
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