Cientistas descobrem por que contato com pesticidas pode causar Parkinson
Um novo estudo da Universidade de Guelph, no Canadá, descobriu por que a exposição a pesticidas aumenta o risco de algumas pessoas desenvolverem Parkinson. Estudos anteriores já haviam encontrado uma associação entre dois agroquímicos comumente usados (paraquat e maneb) e a doença. Agora, os pesquisadores canadenses mostraram que a exposição de baixo nível aos pesticidas perturba as células de uma forma que imita os efeitos de mutações conhecidas por causar o Parkinson.
"As pessoas expostas a esses produtos químicos têm um risco cerca de 250% maior de desenvolver a doença do que o resto da população", diz Scott Ryan, professor do Departamento de Biologia Molecular e Celular e autor do estudo. Para chegar a esse número, os cientistas usaram células-tronco de pessoas com Parkinson que tinham uma mutação em um gene chamado sinucleína (que é altamente associado ao aumento do risco da doença), bem como células-tronco embrionárias normais. A mutação associada ao risco foi introduzida pela edição genética.
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"Até agora, a ligação entre os pesticidas e o Parkinson se baseava principalmente em estudos com animais e em pesquisas epidemiológicas que demonstravam um aumento do risco entre agricultores expostos a produtos químicos agrícolas", conta Ryan. "Somos um dos primeiros grupos a investigar o que está acontecendo dentro das células humanas."
Dos dois tipos de células-tronco, Ryan e sua equipe produziram neurônios produtores de dopamina --neurônios especificamente afetados na doença de Parkinson-- e os expuseram aos dois agroquímicos. Após a exposição, as mitocôndrias produtoras de energia foram impedidas de se mover para onde eram necessárias dentro da célula, esgotando os neurônios de energia.
Mesmo doses baixas de exposição afetaram os neurônios dos pacientes que já tinham Parkinson. Doses mais altas prejudicaram a função em neurônios de pessoas sem a doença. "As pessoas com predisposição ao Parkinson são mais afetadas por esses níveis baixos de exposição a agrotóxicos e, portanto, mais propensos a desenvolver a doença", explica o autor do estudo. "Esta é uma das razões pelas quais algumas pessoas que vivem perto de áreas agrícolas correm um risco maior."
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