"Venci a obesidade e me tornei um Ironman com a dieta vegetariana"
Um dos medos de quem faz exercícios e que aderir à dieta vegetariana é a perda de desempenho físico. Afinal, a carne é uma das melhores fontes de proteína, nutriente essencial para a construção e recuperação dos músculos. Mas saiba que, mesmo com um cardápio sem alimentos de origem animal, é possível garantir praticamente todos os nutrientes que o organismo precisa para ter saúde e energia. Marcos Vinicius de Faria, de 36 anos, é prova disso.
Vegetariano há 22 anos, ele pratica esportes desde a adolescência e nos últimos oito anos se dedicou ao triatlo, disputando principalmente provas de Ironman --competição com 3,8 km de natação, 180 km de bike e 42 km de corrida.
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Aos 14 anos, Marcos pesava 92 kg e era obeso (tinha 1,65 m), mesmo praticando exercícios regularmente. Ele decidiu parar de comer carne bovina, frango e peixe por causa do "sofrimento que os animais passam no sistema de produção desses alimentos", e a mudança em sua dieta acabou refletindo na balança: "Emagreci 23 kg em seis meses", conta o empresário, que também retirou do cardápio açúcar e carboidratos refinados --isso certamente também foi determinante para o bom resultado na balança
Mudanças sentidas no corpo
Além da perda de peso, Marcos diz que a principal mudança que percebeu ao aderir a nova dieta foi a facilidade na digestão. “Comecei a me sentir mais leve depois das refeições. Nosso organismo gasta muita energia para digerir a carne, e deixei de sofrer as consequências disso [sonolência e indisposição, por exemplo]", afirma.
Outra melhora que ele relata é a recuperação mais rápida do organismo após os exercícios: “Acredito que isso acontece pois quando me alimento depois de treinar os nutrientes logo estão disponíveis no organismo, já que minha digestão se tornou melhor."
Dieta errada no início
Quando decidiu virar vegetariano, Marcos simplesmente retirou a carne do cardápio, sem se preocupar em comer vegetais ricos nos nutrientes e vitaminas presentes nos "bifes". “Mudei o cardápio da minha cabeça, sem acompanhamento profissional. Então, tive anemia, pois não soube fazer a combinação certa de alimentos.”
Ele procurou ajuda médica e diz que começou a tomar suplementos. “Em uma semana minha saúde voltou ao normal. A partir desse momento, me informei melhor e passei comer corretamente. Nunca mais tive este problema.”
Mesmo sem carne, frango e peixe, o cardápio vegetariano adequado nunca abalou a resistência ou força desse atleta amador, que começou no triatlo em 2010, movido pela curiosidade e pelo prazer do desafio. Desde então, ele esteve no pódio de sua categoria todas as vezes (15) que disputou o Meio Ironman (1,9 km de natação, 90 de bike e 21 km de corrida) e conseguiu se classificar para três mundiais de Ironman, realizado no Havaí (EUA).
Adaptação difícil ao veganismo
Em 2011, quando se preparava para disputar o Ironman no Havaí, Marcos decidiu se tornar vegano. Só que não se deu bem com a dieta que além da carne restringe todo o tipo de alimento de origem animal (ovo, leite, queijo, iogurte).
“A migração foi muito dura, pois estava treinando pesado e precisava consumir muita proteína. Não era fácil fazer isso só com alimentos e acabei tendo que usar vários suplementos.”
Ele até tentou atingir a quantidade necessária de proteína só com leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha), principal fonte vegetal do nutriente, mas o resultado não foi agradável. “Ficava com o estômago pesado, tinha gases e ia no banheiro muitas vezes por dia, era um saco essa parte”, desabafa.
Mesmo assim, Marcos foi vegano por quatro anos. "Hoje, consumo ovos e alguns tipos de queijos e continuo comendo os vegetais. Essa dieta me garante tudo que preciso para nadar, pedalar, correr, fazer musculação e viver bem."
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