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Homem também tem distúrbio alimentar: "Comia sem parar e tomava laxante"

Compulsão alimentar é um dos principais sintomas da bulimia  - iStock
Compulsão alimentar é um dos principais sintomas da bulimia Imagem: iStock

Priscila Carvalho

Do VivaBem, em São Paulo

14/06/2018 04h00

“Comia compulsivamente e depois tomava laxante e diurético para eliminar a comida e a culpa”. O relações públicas Thiago Oliveira, 33 anos, sofreu por quase dois anos com a bulimia.

O problema de Thiago começou de maneira silenciosa, após o término do relacionamento e a perda do emprego. "Toda refeição que fazia era seguida de arrependimento e desgaste". Ele conta que não tinha rotina para se alimentar e a comida trazia primeiro felicidade, depois gerava tristeza, ansiedade e frustração

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O que é a bulimia?

A bulimia é um transtorno caracterizado pela compulsão alimentar. A pessoa come "sem parar" e depois se sente arrependida. Aí, recorre a laxantes, remédios e outras medidas drásticas para expulsar o alimento e não engordar. Alguns, por exemplo, exageram na prática de exercícios físicos e fazem jejuns prolongados, para tentar "compensar" as calorias ingeridas. 

“Teve um dia que comi muito, vomitei e fui correr no parque. Treinei sem parar por duas horas, desmaiei e acordei em uma ambulância”, conta Thiago, que demorou alguns meses para perceber que estava doente.

Depois de desabafar com uma amiga, ele resolveu procurar ajuda. Expôs o problema à família e fez tratamento com psicólogos e nutricionistas.

"É importante que as pessoas próximas ajudem e entendam o problema. Não deve haver julgamentos ou penalidades. O indivíduo com transtorno tem de receber apoio de uma equipe de saúde. Ele vai reaprender a comer, será um processo longo de aceitação”, explica Higor Caldato, psiquiatra especialista em Psicoterapias e Transtornos Alimentares pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Anorexia também atinge o sexo masculino

Anorexia - iStock - iStock
Adolescentes são os que mais sofrem com a anorexia
Imagem: iStock

O transtorno alimentar pode causar desnutrição e até morte. O indivíduo enxerga sua imagem distorcida e sempre se acha acima do peso. Ele para de comer, faz dietas restritivas e, em casos graves, pode chegar a pesar menos de 30 kg. Um dos sinais de alerta para o distúrbio é ter o IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 17,5 --pessoas saudáveis devem estar entre 18,5 e 24,9.

Embora o problema seja mais comum em mulheres, a doença também acomete homens. A fase mais comum é na adolescência, quando as cobranças com o corpo aparecem. De acordo com Caldato, a cada dez casos pessoas com anorexia, uma é homem.

As causas ainda são desconhecidas. Porém, os especialistas acreditam que a anorexia nervosa é motivada por questões genéticas associadas a fatores de cobrança corporal, estética e pressão social.

“O problema está se tornando cada vez mais frequente pelas exigências do padrão de beleza imposto pela sociedade. Há um incentivo de magreza excessiva, que não tem nada a ver com saúde”, afirma Priscilla Gil, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e do ambulatório de transtornos alimentares IEDE (Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia), no Rio de Janeiro.

Como é o tratamento

Assim como na bulimia, na anorexia o tratamento deve ser feito por uma equipe formada por diversos especialistas. O acompanhamento sempre será feito com endócrinos, psiquiatras, nutricionistas e terapeutas. Não existe um tempo certo para se curar. Isso varia de pessoa para pessoa. Em alguns casos, pode levar até anos.

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