Atrás de dieta anti-inflamatória? Coloque alho, cebola e brócolis no prato
A inflamação é um processo benéfico para nosso organismo, que percebe que algo não está normal e pode se defender. O problema é quando ela se torna maior do que a nossa capacidade de combatê-la. Esse descontrole promove uma série de problemas, como o surgimento de diabetes e de doenças cardiovasculares, por exemplo. A boa notícia é que certos alimentos possuem alguns compostos que atuam na limpeza do organismo, controlando esse processo.
Ivana da Cruz, professora adjunta do departamento de Morfologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Audrei Alves, farmacêutica tecnóloga de alimentos, mestre em Tecnologia e Ciência de Alimentos, além da nutricionista Grazielle Weis, doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos, dão as dicas do que consumir para obter esses benefícios.
Coloque no cardápio
Alho e cebola
Dispense os temperos prontos e use os dois na hora de cozinhar. O primeiro é rico em alicina, um composto ativo que ajuda a reduzir o colesterol e diminuir os riscos de infarto agudo no miocárdio. Já a cebola possui quercetina, uma poderosa molécula antioxidante e anti-inflamatória que auxilia no combate aos danos causados pelos radicais livres, espécie de lixo produzido por nossas células que ativam o processo de inflamação.
Brócolis
Fonte de vitaminas C e A, cálcio, ferro, potássio e zinco, também é um alimento rico em quercetina, poderoso composto capaz de reduzir o processo inflamatório. A maioria de suas propriedades são melhor aproveitadas quando consumido cru. Para dar um sabor, em vez de ferver, salteie (fritar rapidamente, com pouco óleo). No vapor, nutrientes como as vitaminas, podem ser parcialmente degradados, mas a quercetina se mantém.
Pimentas e pimentões
Opte pelos vermelhos. Suas propriedades anti-inflamatórias são por conta da capsaicina e piperina. A primeira é responsável pelo efeito benéfico de liberar peptídios relacionados a genes de calcitonina (CGRP), levando a um aumento no fluxo sanguíneo. Já a piperina também ajuda a ativar o metabolismo anti-inflamatório, além de estimular a produção de endorfinas, que promovem a sensação de bem-estar.
Abacate
Quando consumida na quantidade certa, por conta das calorias, a fruta traz importantes benefícios. No quesito anti-inflamatório, além da quercetina, possui uma substância chamada epigalocatequina, potente antioxidante que atua na boa saúde da pele. Pode ser consumido em preparações doces e salgadas.
Lentilha
A leguminosa possui catequinas e epicatequinas, que apresentam atividade antioxidante, quimioprotetora, anti-inflamatória, entre outras. Seus efeitos são semelhantes aos da vitamina C no organismo, que é o de proteger o organismo da ação dos radicais livres. Consumir uma concha de lentilha pronta é uma boa medida para obter seus benefícios sem engordar.
Abacaxi
Seu efeito anti-inflamatório é por conta de uma enzima chamada bromelina, que ajuda a digerir e absorver a proteína dos alimentos e, assim, fortalece a massa muscular. Também é rica em vitamina C, que participa da formação do colágeno. Possui baixo valor calórico, com cerca de 48 calorias em 100 gramas.
Laranja
Tem naringenina, um tipo de flavonoide com poder anti-inflamatório encontrado naturalmente em muitos tipos de frutas cítricas. Como a maior concentração desse nutriente é na casca, a melhor maneira de obter seus benefícios é comer a parte branca da fruta. Também possui luteína, ótima para a saúde ocular.
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Maneire na dose
Batata-inglesa
Apesar de ser nutricionalmente rica, possui alto índice glicêmico ou seja eleva rapidamente os níveis de glicose no sangue, e aumenta os níveis de cansaço e fome ao longo do dia. Também tem compostos conhecidos como antinutricionais (glicoalcalóides, solanina e chaconina), responsáveis por atrapalhar a absorção de alguns nutrientes. Nesse sentido, a ingestão de grandes quantidades poderia "estimular" o processo inflamatório do organismo.
Tire do cardápio
Alimentos industrializados ou processados
Geralmente apresentam em sua composição elevada quantidade de gorduras saturadas ou trans, além de açúcares refinados. Esses ingredientes tendem a gerar oxidação de membranas, além de aumentar a quantidade de espécies reativas (radicais livres) e outros marcadores inflamatórios, como citocinas. O melhor é evitar.
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