Seus sonhos se tornaram realidade. Sim, é possível unir a tão amada batata frita com uma dieta saudável. Apesar de a fritura ser associada ao aumento do risco de doenças do coração, como infarto, derrame, aterosclerose, e também ao câncer, se feita de forma correta, pode fazer parte de uma alimentação equilibrada.
“A batata frita pode fazer parte de um contexto de alimentação saudável, desde que a pessoa siga a máxima da moderação. Está tudo bem comer uma porção no fim de semana ou em uma situação pontual”, diz Clarissa Hiwatashi Fujiwara, nutricionista do departamento de nutrição da ABESO (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).
Veja a seguir 7 pontos você deve prestar atenção na hora do preparo e aprenda a fazer a batatinha perfeita para o paladar (e sua saúde).
Panela correta: acredite, a panela que você usa faz diferença no valor nutricional da sua batata. O ideal é usar uma panela alta e de fundo grosso, como as de inox e de ferro. Elas farão com que o calor do óleo se distribua uniformemente, não encharcando o alimento de óleo. E fuja das frigideiras!
Óleo: um dos principais motivos para a batata frita ser considerada uma vilã é que qualquer óleo, quando aquecido acima de determinada temperaturas (que varia de óleo para óleo), passa por transformações em sua composição química e libera uma substância tóxica chamada acroleína. É ela que causa aumento do risco de doenças do coração e de câncer. Nem mesmo o azeite de oliva, que reúne muitos atributos benéficos para o organismo, escapa. Ele também libera acroleína quando atinge o seu ponto de fumaça (a temperatura-limite de cada óleo), que é bem mais baixo do que os outros óleos. Por isso que os óleos de soja, milho, girassol e canola são mais indicados para frituras por imersão do que o azeite.
Temperatura do óleo: a temperatura ideal para se fritar um alimento é entre 180°C e 190°C --o azeite, no entanto, se degrada antes disso, enquanto os outros óleos citados suportam temperaturas acima de 200°C. O campeão nesse quesito é o de soja, que se degrada a 230°C. Aqui, valem duas dicas: primeiro, invista em um termômetro de cozinha para monitorar a temperatura do óleo; segundo, evite acrescentar mais óleo durante o preparo. É importante que ele seja aquecido de uma vez só. Se estiver muito frio, gera uma irregularidade na temperatura, fazendo com que o alimento absorva óleo sem fritar, fique menos crocante e demore mais para ficar pronto. O ideal é que a batata fique sequinha e crocante.
Corte: corte a batata em palitinhos menores e iguais. Isso fará com que ela tenha uma fritura mais uniforme e não prolongue a fritura. Usar um cortador adequado também ajuda.
Imersão: não coloque toda a batata de uma vez só. Isso faz com que a temperatura do óleo caia e com que ela encharque. Trabalhe em partes para manter a temperatura.
Batata: além da batata tradicional, você também pode investir em outros tipos de tubérculos, como a batata doce e mandioquinha. Quanto mais variar o cardápio, melhor. Ah, e nada de comprar aquelas batatas já prontas e congeladas! Essa versão industrializada é frita duas vezes (uma durante a fabricação, antes de ser congelada, e outra em casa). Isso faz com que o petisco absorva mais gordura saturada --a mais relacionada a problemas de saúde. Fora que tem uma quantidade relevante de conservantes. A batatinha caseira é a melhor opção.
Fritura: você também pode variar a forma do preparo. Além da fritadeira a ar, que não utiliza óleo, a batata assada ou até feita no micro-ondas é tão saborosa quanto a versão frita.
Fontes: Clarissa Fujiwar, da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica); Indiomara Baratto, professora de nutrição da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Letícia Mendes, nutricionista da Estima Nutrição, em São Paulo, consultadas em matéria do dia 19/04/2018; Juliana Gil, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês e Luciana Sarmento, da clínica InspiraSaúde, no Rio de Janeiro (RJ), consultadas em matéria do dia 12/09/2017.