TDAH, bipolaridade, depressão e esquizofrenia têm mesma base genética
Um novo estudo, publicado nesta segunda-feira (20) na revista Science, determinou que os distúrbios psiquiátricos compartilham muitas variantes genéticas, enquanto distúrbios neurológicos (como Parkinson ou Alzheimer) parecem mais distintos.
Para examinar a sobreposição biológica entre esses distúrbios, os pesquisadores examinaram os padrões genéticos de 25 doenças psiquiátricas e neurológicas em 265.218 pacientes e 784.643 controles. Eles também examinaram as relações entre distúrbios cerebrais e 17 medidas físicas ou cognitivas, como anos de educação, de 1.191.588 indivíduos.
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Os resultados indicaram ampla sobreposição genética entre diferentes tipos de transtornos psiquiátricos, particularmente entre transtorno de déficit de atenção (TDAH), transtorno bipolar, depressão e esquizofrenia. Os dados também indicaram forte sobreposição entre anorexia nervosa e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), bem como entre TOC e síndrome de Tourette.
Em contraste, distúrbios neurológicos como Parkinson e esclerose múltipla pareciam mais distintos um do outro e dos distúrbios psiquiátricos —exceto para a enxaqueca, que estava geneticamente relacionada ao TDAH, à depressão e síndrome de Tourette.
Segundo os pesquisadores, o alto grau de correlação genética entre os transtornos psiquiátricos sugere que, como exemplo hipotético, um único mecanismo que regula a concentração poderia conduzir tanto ao comportamento desatento no TDAH quanto à diminuição da função executiva na esquizofrenia. Uma exploração mais aprofundada dessas conexões genéticas poderia ajudar a definir novos fenótipos clínicos e informar o desenvolvimento e a seleção do tratamento para os pacientes.
Além disso, dentro das medidas cognitivas, os pesquisadores ficaram surpresos ao notar que fatores genéticos que predispõem os indivíduos a certos transtornos psiquiátricos —anorexia, autismo, bipolar e TOC— foram significativamente relacionados com fatores associados a maiores medidas cognitivas na infância, incluindo mais anos de educação e escolaridade.
"Ficamos surpresos que os fatores genéticos relacionados a muitos transtornos psiquiátricos estivessem positivamente correlacionados com o nível educacional", diz Verneri Anttila, um dos autores. "Vamos precisar de mais trabalho e tamanhos de amostra ainda maiores para entender essas conexões."
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