Sarampo é tão contagioso quanto gripe; veja sintomas e como evitar a doença
Com o surto de sarampo em Roraima e no Amazonas, a preocupação com a doença no Brasil aumentou. E com razão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse vírus provocou a morte de mais de 89 mil crianças em todo o mundo em 2016.
O sarampo é um problema grave, altamente contagioso e que não pode ser negligenciado. A melhor forma de se proteger da doença é tomando a vacina, que é gratuita e tem eficácia de 97%. A seguir, mostramos alguns fatos sobre o sarampo e quais as consequências trazidas pelo vírus.
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1. Sarampo é altamente contagioso
De acordo com Renato Kfouri, infectologista e presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o sarampo é contagioso como a gripe. "A transmissão é por via respiratória, portanto tosse, espirros e secreções podem transmitir o vírus", alerta.
2. Febre é o primeiro sinal
Assim como a gripe, o primeiro sintoma do sarampo é a febre alta. Depois de dois ou três dias, manchas vermelhas começam a despontar pelo corpo. "A criança fica mais irritada, prostrada, com mal-estar e dor no corpo. Pode também acontecer conjuntivite, mas geralmente o que caracteriza a doença é a vermelhidão na pele", explica o infectologista.
Não é só criança que tem sarampo. A doença pode atingir pessoas de todas as idades
3. Não há tratamento específico
A vacina é a melhor forma de evitar o contágio da doença e tem eficácia em 97% dos casos. Receber a imunização é importante pois não existe remédio que cure o sarampo. Quando alguém é infectado, o que se pode fazer é aliviar os sintomas. "São usados analgésicos e antitérmicos para diminuir a febre, além de garantir a boa hidratação do paciente", relata Kfouri, orientando que o doente busque um médico ao apresentar os sintomas.
4. É preciso se manter isolado
Como a doença é altamente transmissível, o ideal é que o paciente com sarampo fique afastado da escola ou do trabalho, para evitar o risco de propagação do vírus. "É preciso evitar o contato com outras pessoas até o final dos sintomas", explica o pediatra e membro da Sociedade Americana de Pediatria, Nelson Douglas Ejzenbaum.
5. Doença pode evoluir para pneumonia e até meningite
Ejzenbaum explica que em uma parte dos casos o sarampo pode provocar pneumonia e meningite viral, condições sérias que colocam a vida em risco. "O vírus causa uma inflamação nos vasos sanguíneos, então a doença pode vir a ser severa", alerta.
6. Vacina protege contra três vírus
Chamada de tríplice viral, a vacina contra o sarampo também fornece proteção contra caxumba e rubéola, duas outras doenças que podem ser graves. Mesmo crianças com alergia à proteína do leite de vaca (APLV) podem receber a imunização, pois há gratuitamente um tipo de vacina que não contém essa proteína.
7. Imunização vale para o resto da vida
Bastam as duas doses no primeiro ano de vida para que a pessoa esteja protegida para sempre. Não há necessidade de reforços periódicos, como acontece com a vacina contra o tétano, por exemplo.
8. Grávidas não podem tomar a vacina
Como a vacina é feita com vírus vivos atenuados, ela é contraindicada para gestantes e pessoas que estão com o sistema imune comprometido. Fora isso, todos podem receber a imunização. "No Brasil, a vacinação começa com um ano de idade [ou a partir dos 6 meses em caso de surto], e é feita em duas doses", afirma Ejzenbaum. Adultos que não tomaram a vacina quando pequenos podem —e devem — receber a imunização.
9. Doença aumenta risco de aborto
Grávidas que contraem sarampo durante a gestação apresentam maior risco de o bebê nascer antes do tempo esperado, ou de sofrer um aborto, explica Carolina Toniolo Zenatti, infectologista do Hospital Leforte. Certificar-se de que está imunizada antes de engravidar é importante para evitar o problema.
10. Não tomar a vacina prejudica quem não pode se imunizar
Quando a população que poderia estar vacinada ignora essa recomendação, o vírus volta a circular e atinge as pessoas que não podem receber a imunização por questões de saúde. "Crianças imunocomprometidas, abaixo de um ano e os 3% de pessoas que são vacinadas mas não desenvolvem imunidade se beneficiam de um ambiente em que quase todos estão protegidos, pois não há quem transmita a doença", explica Kfouri.
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