Transplante de fezes reduz sintomas do autismo mesmo anos após procedimento
As bactérias do intestino desempenham um papel importante na saúde do organismo e pode ter uma influência surpreendente no comportamento das pessoas. Agora, cientistas da Ohio State University descobriram evidências que certos sintomas do autismo também podem estar associados a algumas bactérias intestinais.
A teoria de que a microbiota interfere em alguns sintomas comportamentais do autismo não é nova --cientistas até já mostraram que a introdução de bactérias específicas no intestino por meio de um transplante de fezes gera interferência nesses sintomas. Mas dessa vez, os pesquisadores mostraram que resultados positivos parecem ser de longa duração, continuando a ter efeito mesmo anos após o transplante fecal.
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No estudo, publicado inicialmente no periódico Microbiome no ano passado, os autores analisaram os biomas intestinais de 18 crianças com autismo e problemas gastrointestinais, bem como um grupo de crianças sem autismo. Foram realizados transplantes fecais nas crianças e anotaram os resultados. Em apenas oito semanas, as crianças com autismo relataram melhorias em seus sintomas comportamentais e gastrointestinais.
“Com o autismo, os sintomas gastrointestinais costumam ser graves, por isso pensamos que isso poderia ser potencialmente valioso", diz Ann Gregory, autora da pesquisa. "Após o tratamento, encontramos uma mudança positiva nos sintomas gastrointestinais e neurológicos em geral."
Nesta semana, no entanto, os pesquisadores apresentaram um acompanhamento e mostraram que os transplantes fecais pareciam fazer efeito mesmo dois anos após serem administrados. De acordo com os cientistas, os sintomas gastrointestinais permaneceram 60% melhores do que eram antes dos transplantes. Segundo eles, esse efeito foi atribuído ao fato de que as crianças conseguiram segurar bactérias benéficas adquiridas com o transplante.
Os próprios pesquisadores admitem que testaram os transplantes em um número muito pequeno de crianças. Antes que qualquer grande conclusão seja alcançada, muito mais trabalho é necessário para entender como os transplantes fecais funcionam em um nível celular em relação a várias condições e doenças. Ainda assim, a pesquisa é realmente promissora e, no mínimo, fornece outra visão fascinante do poder das bactérias intestinais.
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