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Esclerose Lateral Amiotrófica é retratada em Malhação; entenda a doença

Na novela, a personagem Amanda é diagnosticada com ELA - Reprodução/TV Globo
Na novela, a personagem Amanda é diagnosticada com ELA Imagem: Reprodução/TV Globo

Do VivaBem

17/07/2018 11h10

Mais conhecida como a doença do físico Stephen Hawking, a esclerose lateral amiotrófica (ELA) também está sendo retratada na novela Malhação: Vidas Brasileiras. Na trama, a personagem Amanda (Pally Siqueira) é diagnosticada com a doença e apresenta alguns sintomas, como a perda de movimento dos braços, desmaios, espasmos musculares e câimbras.

Provocada pela degeneração progressiva do neurônio motor, a condição faz com que os impulsos nervosos percam a sua capacidade, provocando um comprometimento unicamente motor, ou seja, o indivíduo perde sua força.

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O caso abordado em Malhação, por exemplo, retrata um tipo mais progressiva da doença. "A ELA tem apresentações variáveis, que dependem da idade de início e de como começa", explica Luís Otávio Sales Ferreira Caboclo, coordenador do Departamento Científico de Neurofisiologia Clínica da Academia Brasileira de Neurologia. Se começa afetando os membros das pernas, demora mais para evoluir. Se inicia nos braços, como no caso de Amanda, na musculatura dos nervos cranianos, prejudicando a deglutição ou a musculatura da face, a progressão é muito rápida.

"Eu sinto muitas câimbras agora, espasmos musculares, um pouco de cansaço também. O quadro vai evoluindo, é uma evolução irreversível", disse a personagem na novela.

O diagnóstico em pessoas mais jovens, como o retratado na trama, também é raro. Apesar de ter idade de início e tempo de progressão bastante variáveis, a doença costuma acometer mais homens do que mulheres, com idade a partir de 45 anos. No Brasil, é estimado que mais ou menos 15 mil pessoas possuam o problema.

Não há cura e tratamento é paliativo

Como a doença é um quadro motor, os primeiros sinais são percebidos com a atrofia muscular. Nos músculos da mão, por exemplo, costuma-se notar um endurecimento na parte mais "acolchoada" entre o polegar e o dedo indicador. Além disso, a pessoa começa a engasgar frequentemente, ter dificuldade para engolir e respirar.

Sensação de tremores nos músculos dos braços e das pernas e até da língua são sinal de perda de função. Geralmente, o indivíduo não sente dor, ela é percebida apenas quando a pessoa vai ficando paralisada ou na cadeira de rodas, quando pode ter compressão de nervos e dor indireta.

Causas ainda são desconhecidas 

As causas da ELA seguem um mistério para a ciência e há especulações de todo tipo: de infecções virais a problemas genéticos ou metabólicos. "Alguns estudos, inclusive, relacionam seu aparecimento com traumatismos repetidos, como pancadas na cabeça de jogadores de futebol americano", diz Caboclo. E, justamente por não ter uma causa específica, não existe um tratamento eficaz.

“O tratamento é paliativo, ou seja, abranda temporariamente a evolução da doença”, explica Rubens José Gagliardi, neurologista e diretor científico da Academia Brasileira de Neurologia. “A fisioterapia é essencial para manter a musculatura e alguns medicamentos estimulam os neurônios afetados.”

Divulgação estimula pesquisas

Além de Stephen Hawking, Anthony Senerchia Jr., que inspirou o “Desafio do Balde de Gelo”, também estimulou a divulgação da doença. O "Desafio", que envolveu celebridades e autoridades mundiais, arrecadou mais de US$ 115 milhões durante dois meses, que foram destinados a pesquisas que possam achar a cura da ELA. Senerchia Jr. Faleceu em 2017, em decorrência da doença, aos 46 anos.

De acordo com Gagliardi, divulgar a doença é essencial. “Quanto mais conhecimento sobre o problema, maiores as chances de pesquisa e de resultados. Apesar de não ser muito comum, a ELA é grave e ficamos desarmados devido à falta de respostas.” Segundo o neurologista, quanto mais pesquisas e mais pessoas estudando sobre o assunto, melhor.

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