Feridas que não cicatrizam: "Quase perdi o pé por não tratar um machucado"
Aparentemente, era algo sem importância. Uma simples bolha no pé que Eloisa Malieri, de 44 anos, notou depois de uma ida ao clube. Em poucos dias, o negócio evoluiu e se tornou uma ferida que nunca cicatrizava --problema comum em quem tem diabetes, doença com a qual a advogada foi diagnosticada aos 11 anos.
Na época, Eloisa estava grávida e não pode iniciar o tratamento e o machucado ficou complexo. Quatro meses após o nascimento da filha, a infecção já havia atingido o osso e ela precisou fazer cinco cirurgias, diversos curativos e até implante de pele sintética. “Negligenciei o problema e só me dei conta de quão grave ele era quando começou a cheirar a carne podre. Sofri um grande baque e tive medo de precisar amputar o pé”, diz.
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Embora a ferida tenha sumido depois das operações, Eloisa sofre até hoje com os efeitos da doença. Por ter atingido o osso, a advogada tem a pisada para fora, usa uma tornozeleira para auxiliar o caminhar e não pode calçar sapatos fechados. “No começo foi bastante constrangedor e difícil, mas agora tento lidar de forma natural.”
Má circulação sanguínea dificulta cicatrização
Não são só pacientes diabéticos que sofrem com machucados que custam a cicatrizar. Pessoas que possuem doenças como insuficiência arterial, varizes, obstrução dos vasos sanguíneos e até fumantes também podem ter esse tipo de ferida. A redução no fluxo sanguíneo compromete a chegada de substâncias que vão "reparar" a lesão e também remover toxinas, além de poder lesionar nervos, músculos e outros tecidos em médio e longo prazo.
Já quem tem diabetes, assim como Eloisa, tende a perder a hipersensibilidade nos membros inferiores por causa da doença. Assim, é muito comum o indivíduo sofrer um corte e ignorar o ferimento, pois não sente dor e acha que não é algo grave.
Por que a ferida se agrava?
Cortes, bolhas e até simples rachaduras podem evoluir para uma ferida que não cicatriza quando não são tratados e higienizados corretamente. Segundo Rina Maria Pereira Porta, cirurgiã vascular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a primeira coisa a fazer ao sofrer qualquer lesão na pele é lavar bem com água e sabão, para evitar infecções.
A médica também explica que não é bom deixar o ferimento exposto. "O ideal é higienizar, fazer um curativo e colocar um sapato ou roupa adequada. Quando fica desprotegida, a ferida está vulnerável e suscetível a bactérias que podem causar infecções e até a proliferação de larvas, caso alguma mosca bote seus ovos ali", alerta.
Outro cuidado importante é passar corretamente a pomada --que deve ser sempre indicada por um médico. Ao trocar o curativo, o recomendado é sempre limpar bem a ferida e remover totalmente o medicamento antes de aplicá-lo novamente. Muitas vezes, as pessoas não tiram o excesso de pomada do curativo anterior, que forma uma "crosta" e pode inibir a ação do remédio.
"Caso qualquer machucado não cicatrize em até duas semanas, é importante procurar um médico o mais rapidamente possível, para fazer o tratamento correto", orienta Porta.
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