Você toma probióticos ou prebióticos? Ciência ainda discute sua segurança
Uma das novas tendências para se manter saudável consumir substâncias probióticas e prebióticas. Porém, pesquisadores da Universidade de Sorbonne, na França, e da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, afirmam que as reações desses produtos no organismo ainda não foram comprovadas cientificamente, especialmente quando se fala de suplementos.
Antes de discutir se vale consumir esses produtos, é preciso entender o que cada um faz.
Os probióticos são alimentos ou suplementos que contam com a presença de micro-organismos, como iogurte e kefir. Se administrados em quantidades adequadas, prometem benefícios à saúde de quem os ingere, segundo a professora da USP Susana Marta Isay Saad, que escreveu um artigo sobre o assunto no site do FORC (Centro de Pesquisa de Alimentos).
Já os prebióticos são componentes alimentares não digeríveis (fibras) que estimulam a proliferação ou atividade de populações de bactérias "boas" para o intestino, o que poderia beneficiar o indivíduo hospedeiro desses micróbios, também de acordo com Saad. Entre os alimentos que possuem essas substâncias estão a cebola, o alho, a cevada e a biomassa de banana, mas elas também podem ser encontradas em pó ou cápsulas.
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Tanto os probióticos quanto os prebióticos são associados a efeitos benéficos para a saúde, como a redução do colesterol, a redução do risco de câncer de cólon, aumento da imunidade e controle da pressão arterial, principalmente quando presentes em alimentos naturais.
Há uma ideia geral de que eles beneficiam nossa saúde, e por isso a busca por produtos industrializados com essas características está cada vez mais alta. Porém, pesquisadores afirmam que estudos sobre as reações que os probióticos e prebióticos causam no organismo humano ainda estão sendo feitos.
Focando nessa falta de informação sobre os tais substâncias, os cientistas das universidades de Sorbonne e de Columbia se reuniram para revisar pesquisas anteriores e tentar desvendar se os produtos causam algum risco aos seres humanos. As descobertas foram publicadas no jornal científico Annals of Internal Medicine.
Qual foi conclusão? Não existem dados sobre isso. Após analisar 384 ensaios clínicos randomizados sobre probióticos e prebióticos, os pesquisadores notaram que nenhum registrava adequadamente os eventos adversos do consumo. Apenas 2% dos textos registrou de forma correta os danos causados.
Os cientistas deixaram claro em seu texto a importância de finalizar estudos sobre o tema agora que os produtos estão em alta nos mercados. “O uso de prebióticos e probióticos em produtos tão diversos quanto fórmulas infantis e cereais para o café da manhã é generalizado, por isso é importante que coletemos o máximo de informações sobre os contras. Um esforço internacional e coletivo é urgentemente necessário," concluíram os autores.
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