Acho que estou tendo um AVC, preciso sair correndo para o hospital?
Você não está se sentindo bem, sente a fala enrolada, tenta sorrir e nota que só um lado da boca reage, tenta estender os braços e vê que só um deles levanta... Cuidado, você pode estar tendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que é quando o fornecimento de sangue no cérebro é interrompido -seja por um vaso sanguíneo estourar ou por ter placas de gordura ou coágulo dentro do vaso obstruindo a passagem de sangue.
Nesse caso, mesmo se não tiver certeza do diagnóstico, corra para o hospital. Não ache a urgência exagerada, a cada um minuto sem socorro o paciente de AVC perde 1,9 milhão de neurônio, de acordo com publicação da Saver J. Stroke.
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O ideal é ligar para a emergência e convocar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pelo 192, pois eles saberão os hospitais onde terá atendimento rápido e especializado --o que é primordial em casos de AVC.
"Tempo é cérebro! Quando você tem o evento já começa a ter uma lesão e perda de neurônios. As pessoas podem dizer que existe uma janela de quatro horas para receber o medicamento, mas não é que eu posso esperar quatro horas para buscar ajuda, é só que esse é o tempo em que o procedimento ainda pode ser realizado", explicou Carla Moro, neurologista e vice-presidente da Associação Brasil AVC, durante conversa com o VivaBem no XXI Congresso Iberoamericano de Doenças Cerebrovasculares, em Gramado (RS).
Quanto antes os médicos começam o tratamento, maiores as chances de frear a lesão e evitar as sequelas. "O atendimento tem que ser muito rápido: o paciente chega, faz tomografia para saber o tipo de AVC, se hemorrágico ou isquêmico, e o médico já precisa determinar como vai atuar, com tratamento endovenoso ou trombectomia (onde aspiram e removem o coágulo). Em caso endovenoso, por exemplo, o ideal é que só passem 45 minutos da chegada do paciente ao hospital até a aplicação do remédio", disse Moro.
Ter um AVC não é brincadeira, as sequelas dependem da área do cérebro afetada e da gravidade da lesão. Entre as consequências mais comuns estão alterações na fala, déficit de memória, falta de sensibilidade, alterações motoras e espasticidade.
*A jornalista viajou a convite da Ipsen
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