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Comer grilo faz bem: inseto aumenta número de bactérias boas no intestino

Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo consomem regularmente insetos - iStock
Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo consomem regularmente insetos Imagem: iStock

Do VivaBem

05/08/2018 12h55

Pode parecer nojento, mas consumir insetos, especialmente grilos, pode fazer bem à saúde. A conclusão é de um estudo publicado no periódico Scientific Reports na sexta-feira (3).

Grilos, assim como outros insetos, contêm fibras, como a quitina, que são diferentes das encontradas em alimentos como frutas e vegetais. As fibras presentes nos insetos servem como fonte de alimento microbiano e promovem o crescimento de bactérias benéficas, também conhecidas como probióticos. O pequeno ensaio investigou se as fibras de insetos poderiam influenciar as bactérias encontradas no trato gastrointestinal.

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Durante duas semanas, 20 homens e mulheres saudáveis com idades entre 18 e 48 anos tomaram um café da manhã normal ou outro contendo 25 gramas de farinha de grilo em pó, usada em bolos e shakes. Após duas semanas, aqueles que começaram com a dieta de inseto consumiram um café da manhã de controle e aqueles que começaram a dieta de controle consumiram um café da manhã contendo grilo.

Os pesquisadores coletaram amostras de sangue e fezes e pediram para que os voluntários respondessem a questionários sobre o funcionamento do intestino antes do início do estudo, após o primeiro período de dieta e após o segundo período de dieta.

Os participantes não relataram alterações gastrointestinais significativas ou efeitos colaterais e os pesquisadores não encontraram evidências de alterações na composição microbiana ou alterações na inflamação intestinal. Entretanto, eles observaram um aumento de uma enzima metabólica associada à saúde intestinal e uma diminuição de uma proteína inflamatória no sangue chamada TNF-alfa, que tem sido associada a outras medidas de bem-estar, como depressão e câncer. Além disso, a equipe notou um aumento de bactérias benéficas do intestino, como Bifidobacterium animalis, que tem sido associada à melhora da função gastrointestinal e outras medidas de saúde.

Grilo - iStock - iStock
A autora espera promover insetos como um alimento mais tradicional nos Estados Unidos
Imagem: iStock

Segundo os pesquisadores, são necessários mais e maiores estudos para replicar essas descobertas e determinar quais componentes dos grilos podem contribuir para melhorar a saúde intestinal. "Este pequeno estudo mostra que isso é algo que vale a pena olhar no futuro ao promover os insetos como uma fonte de alimento sustentável", diz Valerie Stull, principal autora da pesquisa.

"Há muito interesse agora em insetos comestíveis", afirma a pesquisadores. "Está ganhando força na Europa e nos EUA como uma fonte de proteína sustentável e ecológica em comparação com a pecuária tradicional."

Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo consomem regularmente insetos, que também são uma boa fonte de proteínas, vitaminas, minerais e gorduras saudáveis. A equipe de pesquisa estava interessada em documentar pela primeira vez, via ensaio clínico, os efeitos sobre a saúde de comê-los.

"Este estudo é importante porque os insetos representam um novo componente nas dietas ocidentais e seus efeitos sobre a saúde nas populações humanas não foram realmente estudados", diz Tiffany Weir, professora de ciência dos alimentos e nutrição humana da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos. "Com o que sabemos sobre a microbiota intestinal e sua relação com a saúde humana, é importante estabelecer como um novo alimento pode afetar as populações microbianas do intestino. Agora, descobrimos que o consumo de grilos pode realmente oferecer benefícios além da nutrição."

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