Vacinação durante a gravidez não tem relação com autismo, confirma estudo
A onda de pessoas que são contra as vacinações em crianças cresce no mundo inteiro. Um dos argumentos é que a imunização pode provocar doenças e desregular o sistema imunológico, mas além de os especialistas discordarem dessa visão, estudos tentam comprovar que a vacina não causa transtornos.
Uma análise publicada na segunda-feira no periódico Pediatrics, por exemplo, examinou registros médicos de mais de 81.000 crianças americanas e não encontrou absolutamente nenhuma prevalência aumentada de transtorno do espectro autista (TEA) em crianças cujas mães receberam vacinas para infecções potencialmente mortais durante a gravidez.
A incidência do transtorno no grupo vacinado foi de 1,5%, em comparação com 1,8% para o grupo não vacinado. Após o ajuste para numerosos potenciais fatores de risco, os autores concluíram que não há risco de que a imunização combinada que protege a mãe e o bebê contra as três espécies de bactérias patogênicas que causam tétano, difteria e coqueluche, chamada DTP, não causa TEA.
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"O elo entre a vacinação e o desenvolvimento do autismo foi refutado por muitas investigações científicas rigorosas. Infelizmente, os equívocos ainda geram preocupações", diz o autor sênior do estudo Hung Fu Tseng, do Kaiser Permanente Southern California, um centro médico dos Estados Unidos. "Esperamos que nossos achados tranquilizem os pais de que a vacinação durante a gravidez não é associada ao autismo em crianças."
Embora nenhum fator isolado ainda esteja definitivamente ligado ao TEA, variações hereditárias em várias dúzias de genes que regulam a atividade cerebral têm sido implicadas, assim como fatores ambientais que poderiam induzir mudanças epigenéticas, como a exposição a altos níveis de testosterona materna no útero.
Não saber como reduzir a probabilidade de seu filho ter esse transtorno pode ser assustador para os pais, mas a ciência conclui que evitar a vacina não é a solução. As imunizações são essenciais não apenas para a saúde de seu filho, mas também para a saúde das populações humanas como um todo.
"É importante dizer que a vacinação é uma questão de saúde pública, não é individual. Se eu me protejo, as pessoas ao meu redor também ficam protegidas. Meu papel, ao tomar a vacina, também é o de proteger as pessoas que não podem se vacinar por algum motivo", explica o médico Edison Fedrizzi, professor de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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