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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Em excesso, exercício pode até prejudicar o coração: descubra o seu limite

Cansaço anormal, falta de sono e perda de apetite são sinais do excesso de treinamento - iStock
Cansaço anormal, falta de sono e perda de apetite são sinais do excesso de treinamento Imagem: iStock

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

20/08/2018 04h00

Você certamente já ouviu que tudo que é demais faz mal. Com a prática de atividade física não é diferente. Por mais que o exercício ajude a manter o peso controlado e evite diversos problemas de saúde, se você exagerar na dose pode ter problemas. 

O excesso de treinamento gera um grande desgaste no organismo, que não consegue se recuperar do esforço, e leva ao chamado de overtraining.

A partir do momento em que a pessoa entra nessa situação, há uma queda do sistema imunológico e o corpo fica suscetível a vários problemas, como gripes, amigdalites, insônia, irritabilidade e, no caso das mulheres, amenorreia, que é a falta de menstruação”, esclarece Gilberto Coelho, especialista em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e em metodologia do treinamento para o alto rendimento pelo Núcleo de Alto Rendimento, em São Paulo. 

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Risco até para o coração

Não são só doenças "simples" que a atividade física exagerada pode trazer. O treinamento intenso e exagerado também está associado a arritmias cardíacas, alterações da estrutura do coração, com dilatação das câmaras cardíacas e possibilidade de aumento das fibras do músculo cardíaco e da calcificação coronariana.

“Ter a orientação de um educador físico para evitar excessos --tanto na quantidade quanto na intensidade -- no exercício, fazer check-up médico uma ou duas vezes por ano e ter uma boa alimentação e descanso são essenciais para que o atleta não tenha qualquer problema cardíaco ou outras doenças associadas ao overtraining", aconselha Elcio Pires Júnior, cirurgião cardíaco especializado pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

Quanto devo fazer de exercício?

O limite de atividade física é muito individual. Ele varia conforme nível de treinamento, intensidade do exercício, alimentação, idade, descanso entre outros fatores. Por isso, é muito importante a orientação de um educador físico, que vai saber planejar a rotina ideal para você. 

Dificuldade para dormir, fadiga fora do normal, dores musculares intensas, perda de apetite, gripes e resfriados constantes e lesões em sequência são alguns sinais de que você está exigindo o organismo além de seu limite.

E não pense em deixar de fazer sua "uma horinha" de treino por dia com medo de estar exagerando. Isso está bem longe de ser um excesso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que sejam realizados, no mínimo, 150 minutos de exercício moderado por semana (divididos em cinco dias), ou pelo menos 75 minutos de atividade vigora (feitas em três sessões). 

“Para ter mais benefícios em relação à saúde, deve-se aumentar o tempo total de atividade moderada para 300 minutos -- ou 150 minutos de exercício intenso”, orienta Gilberto Cunha, especialista em medicina esportiva pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), médico da equipe de futebol profissional da Sociedade Esportiva Palmeiras e médico do esporte na Pulse, Medicina Esportiva Integrada, em São Paulo.

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