Cientistas descobrem novo tipo de esclerose múltipla
Doença autoimune e sem cura, a esclerose múltipla é muito imprevisível. Seus sintomas podem variar de relativamente leves a incapacitantes e podem causar uma ruptura importante entre o cérebro e o corpo. Mas um estudo revelou um novo subtipo da condição. Os cientistas esperam que essa descoberta possa um dia levar a diagnósticos mais específicos e tratamentos personalizados.
Para o estudo, os pesquisadores da Cleveland Clinic, em Ohio, nos Estados Unidos, examinaram o tecido cerebral morto de 100 pessoas com esclerose múltipla. Após a análise, eles descobriram que 12 dos cérebros tinham células nervosas mortas, mas não haviam sofrido qualquer dano na camada protetora dos neurônios, chamada de mielina, que é uma característica tradicional da doença.
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No artigo publicado no periódico Lancet Neurology na terça-feira (21), a equipe nomeou o novo subtipo de esclerose múltipla mielocortical (MCMS).
Tipicamente, na esclerose, as células imunes destroem essa substância protetora gordurosa conhecida como mielina em um processo conhecido como desmielinização. Anteriormente, os cientistas assumiram que a desmielinização é o que leva à morte de neurônios nesta doença.
É a morte de neurônios que causam incapacidade irreversível em pessoas com esclerose múltipla, então entender por que os neurônios morrem é fundamental para identificar novos alvos de tratamento para a doença.
Os cérebros classificados como MCMS e aqueles que exibiram sinais de desmielinização apresentaram lesões consideradas típicas da esclerose na medula espinhal e no córtex cerebral. Ambos os grupos de cérebros tinham uma densidade menor de neurônios em comparação com os cérebros de pessoas saudáveis.
No entanto, apenas os cérebros considerados pelos pesquisadores como portadores da esclerose tradicional tinham lesões na mielina.
Os autores concluíram que a degeneração dos neurônios e desmielinização do cérebro são funções da esclerose múltipla que podem ocorrer separadamente, e que novas técnicas de imagem são necessárias para diagnosticar com precisão esses subtipos distintos em pacientes vivos.
"A importância desta pesquisa é dupla", diz Daniel Ontaneda, um dos autores do estudo. "A identificação deste novo subtipo da doença destaca a necessidade de desenvolver estratégias mais sensíveis para diagnosticar e compreender adequadamente a patologia do MCMS".
O médico afirma que eles estão esperançosos de que essas descobertas levem a novas estratégias de tratamento sob medida para pacientes que vivem com diferentes formas de esclerose múltipla.
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