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Analisar emoções no cérebro pode levar ao descobrimento de novas moléculas

PeopleImages/Istock
Imagem: PeopleImages/Istock

Do VivaBem, em São Paulo*

27/08/2018 12h49

O professor Lauri Nummenmaa, da Universidade Turku, na Finlândia apresentou vários estudos a uma plateia, concluindo cada um deles com uma piada. Os espectadores riam, tirando dele um sorriso de satisfação.

Se após a palestra ele fosse submetido a uma tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês), provavelmente as imagens geradas pelo aparelho mostrariam uma ativação dos receptores de opioides endógenos do cérebro de Nummenmaa.

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A relação entre a capacidade de fazer rir e a construção de laços sociais é um dos temas de pesquisa do cientista. Seus estudos das emoções, com e sem o uso da PET, foram assunto do evento realizado na São Paulo School of Advanced Science on Social and Affective Neuroscience.

Usada para exames como oncológicos e cardíacos, a PET não é tão empregada em estudos do cérebro. “No entanto, ela é muito mais potente para o nosso campo do que se imagina”, afirma o pesquisador.

Uso na saúde

Segundo Nummenmaa, as técnicas de escaneamento cerebral dão uma visão tão detalhada do órgão, que podem ajudar a desvendar a origem de condições psiquiátricas e mesmo no desenvolvimento de novos tratamentos.

“Técnicas como a PET são excelentes no sentido de que podemos realmente nos aproximar dos fundamentos moleculares e biológicos de várias sensações no cérebro”, disse à Agência FAPESP.

“Isso significa que, de um ponto de vista mais amplo, elas podem ser usadas para a identificação e desenvolvimento de novas drogas. Quando tentamos entender a afetividade no cérebro nesse nível, isso pode ajudar quem desenvolve novos medicamentos e moléculas a entender como certas condições são desencadeadas”, afirma.

Resistência e outras aplicações

A resistência ao uso do aparelho se dá em parte porque quem é submetido a ele tem injetado na corrente sanguínea algum material com radiação. O funcionamento de vários tecidos pode ser visualizado quando a tomografia detecta no sangue o decaimento dos isótopos radiativos. “A quantidade de radiação é muito pequena e completamente segura”, afirma Nummenmaa.

Atualmente, ele usa o equipamento para estudar o processo motivacional e do prazer que ocorre pelos receptores de opioides endógenos no cérebro.

Em outro artigo, publicado este ano na Nature Communications, o professor expõe que outras reações do cérebro. Apenas olhar para fotos de comidas palatáveis, algumas pessoas têm regiões do órgão, ligadas ao sistema de recompensa, ativadas.

“Variações nesses receptores podem explicar por que algumas pessoas sentem uma urgência em comer quando são sugestionadas, aumentando o risco de ganho de peso e obesidade”, disse.

*Com informações da Agência FAPESP

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