É possível não ter arrependimentos? 4 dicas para reduzi-los
De quantas coisas você se arrepende na vida, até agora? Se respondeu que não sente remorso de nada, pare e pense novamente. Arrependimentos, dos grandes aos pequenos, são parte do dia a dia. E, sim, é praticamente impossível não os ter --eles surgem a partir das muitas escolhas que fazemos, todos os dias, e ninguém consegue ter controle absoluto sobre os resultados que elas nos trarão.
E sabe aquela história de que é melhor se arrepender do que foi feito do que se deixou de fazer? Os especialistas acreditam que ela é válida: melhor agir, mesmo sem garantias de que dará certo, do que não colocar suas ideias e desejos em prática por medo de se arrepender. Foi o que concluiu um estudo realizado na década de 1990 e publicado no Journal of Personality and Social Psychology.
Segundo os pesquisadores, algo que se realizou e não deu certo pode causar desconforto ou frustração a curto prazo, mas a não-ação causa aquela incômoda sensação de arrependimento a longo prazo.
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Pelo que as pessoas se arrependem?
Um dos psicólogos envolvidos neste estudo, Thomas Gilovich, da Universidade de Cornell (Estados Unidos), publicou, em 2018, outra pesquisa sobre arrependimento. Desta vez, o foco foram os motivos pelos quais nos arrependemos. Primeiro, ele observou que há uma distância entre a pessoa que sonhamos ser e a que realmente somos, que cumpre obrigações sociais e que segue regras de convivência.
Ele também descobriu que, em geral, as pessoas carregam mais arrependimentos relacionados à sonhos e ambições não realizados do que de decisões relacionadas à regras e imposições sociais (como, por exemplo, deixar de visitar um parente doente ou até mesmo trair o par).
Ainda segundo a pesquisa, isso acontece porque é mais provável que tomemos alguma atitude para reparar o dano social causado por uma decisão errada, enquanto os sonhos não alcançados tendem a ficar em segundo plano --até ser tarde demais para correr atrás deles.
Quer evitar os arrependimentos? As dicas a seguir podem ajudar
Portanto, embora seja impossível controlar tudo, existem alguns passos que podem ser dados para minimizar a chance de arrependimentos:
1. Planeje
Antes de tomar uma decisão de impacto, faça pesquisas sobre o assunto, investigue, converse com pessoas que já viveram ou vivem a experiência que você busca.
2. Aja
Em seguida, arrisque-se, coloque suas ideias em prática. Planejamento sem ação também pode causar frustração. Além disso, é um erro deixar de fazer algo apenas por medo de se arrepender --você pode se arrepender de qualquer jeito, por não fazer.
3. Esteja aberto para aprender
Se algo deu errado, não entenda como uma vergonha, mas como um aprendizado. Por mais que doa, quais lições você pode tirar do episódio? Experiências desse tipo são fundamentais para nosso processo de amadurecimento, para conhecer nossos limites e possibilidades.
4. Pondere
A maior parte das nossas escolhas têm a ver com a fase da vida em que estamos --um casamento que deu errado, por exemplo, pareceu uma boa ideia no início -- e com nossas próprias expectativas --nem sempre o que você considera ruim é assim para todo mundo. Por isso, quando bater o arrependimento, tenha isso em mente que você fez o melhor que podia, com os recursos que possuía na época.
Fontes: Dorli Kamkhagi, psicóloga e professora doutora do Laboratório de Neurociências do IPq - Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP e Renata Arrepia, psicóloga, master coach e partner da Sociedade Brasileira de Coaching (SBC), ambas de São Paulo.
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