Dormir mal pode atrapalhar sua vida sexual; entenda melhor
Distúrbios do sono e hábitos de dormir alteram a produção dos hormônios que regulam a vida sexual
Por mais que a correria e as preocupações façam parte de sua rotina, tudo tem que ficar de lado por algumas horas da noite para que você possa dormir. É durante o sono que o organismo se recupera do dia que passou e prepara tanto seu corpo quanto seu cérebro para enfrentar novos desafios, sejam eles profissionais, físicos ou sexuais. Sim, você leu certo: a vida sexual é intimamente ligada ao sono.
“Quem sofre de distúrbios do sono --como apneia -- ou dorme pouco apresenta baixa da libido e piora na qualidade das relações sexuais, porque há uma alteração negativa na liberação dos hormônios que comandam o desejo sexual, como a testosterona e o estrógeno”, afirma o neurologista Fernando Morgadinho, especialista em medicina do sono e professor adjunto de neurologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
E não é só isso. Outros aspectos da saúde que em alguma medida reverberam na vida sexual também são afetados pela ausência de sono adequado.
No cérebro e no coração
Ainda em relação à produção de hormônios, a médica Silvia Lagrotta, especialista em medicina do estilo de vida, destaca como a ausência de sono gera uma liberação alta de cortisol, responsável pela resposta ao estresse. Com isso, há um estado maior de alerta: “É como se a pessoa estivesse sempre correndo de um leão. Ela não consegue relaxar”, compara. Não dá para imaginar ter vontade de transar sob tanto nervosismo, não é mesmo?
Pelo lado físico, Lagrotta explica que a falta de sono provoca uma queda na circulação e na frequência cardíaca, o que é uma má notícia para quem quer fazer sexo: a vascularização sanguínea fica direcionada ao coração, aos rins e ao cérebro. Ou seja, não “sobra” sangue para uma ereção ou para a lubrificação feminina no nível necessário para uma boa relação sexual.
Sono versus sexo no longo prazo
Não leva muito tempo para o corpo e o cérebro sentirem os efeitos da falta de sono detalhados acima --de acordo com o neurologista Morgadinho, uma semana é suficiente para causar estragos nas relações sexuais.
Dormir bem, portanto, é interessante para evitar problemas nas próximas noites íntimas. Além disso, a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, ressalta que o bom sono de hoje pode garantir a qualidade do sexo de muitos anos à frente:
O sono tem papel importante na eliminação de proteínas tóxicas do organismo, que aceleram o envelhecimento do cérebro” Carmita Abdo, psiquiatra
Quando se é jovem, o sexo não depende tanto disso, mas com o passar dos anos essa preservação beneficia a vida sexual.
Mas não dá para fazer sexo quando se está com sono?
Claro que dá, mas dificilmente será sexo de qualidade, aquele que deixa todo mundo feliz. “No ‘sexo cansado’ as chances de sentir e mesmo de dar prazer são muito menores”, observa Abdo. Isso porque com sono, é mais difícil se envolver, as reações físicas são menos prazerosas e o clímax não é atingido por pura falta de energia. “Pode até haver um orgasmo, uma ejaculação, mas é um esforço físico tão grande que a satisfação final é muito menor”, complementa.
E fazer sexo bom ajuda a dormir?
Ajuda muito! Dormir depois de uma relação sexual é praticamente um elogio a quem estiver com você. “Existem duas coisas boas que podem ser feitas na cama para relaxar: dormir e sexo”, diz Morgadinho. Ele explica que o sono é melhor depois do orgasmo por causa da liberação do hormônio prolactina, que diminui a ansiedade e facilita o início do sono.
Apenas uma ressalva aqui: o neurologista refere-se a sexo acompanhado. “Na masturbação, a liberação de prolactina é quatro vezes menor e não ajuda tanto a dormir”, justifica.
Abdo, de toda forma, não descarta o valor de se satisfazer sozinho: “Muitas vezes, a pessoa precisa aliviar a tensão e não tem uma companhia naquele momento. Masturbar-se pode ser uma grande ajuda nesses casos.”
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