Existe diferença entre infarto e ataque cardíaco?
"Fulano morreu de ataque cardíaco." Você já deve ter ouvido essa triste frase ao menos uma vez, afinal, problemas cardiovasculares são a principal causa de óbito no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E também é bem provável que, ao receber a notícia, você logo associou que o fulano teve um infarto, não? Mas sabia que nem sempre ataque cardíaco quer dizer infarto?
"Em inglês, usa-se a expressão heart attack (ataque cardíaco) para denominar todos os problemas fatais ou quase fatais do coração. Por conta de uma tradução equivocada, muitos passaram a usar a expressão como sinônimo de infarto, mas ataque cardíaco pode significar outros problemas", explica o médico Bruno Valdigem, cardiologista doutor pela Universidade Federal de São Paulo.
Além de infarto, o termo ataque cardíaco pode ser usado para se referir a problemas como parada cardíaca e morte súbita.
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O que é um infarto?
Como falamos, o infarto pode ser entendido como um tipo de ataque cardíaco. O problema acontece quando há uma interrupção do sangue oxigenado ao coração, o que gera uma lesão muscular no órgão. "A obstrução da artéria coronária geralmente ocorre por placas de gordura e, mesmo que seja de 40% ou 50%, pode causar uma interrupção abrupta do fluxo sanguíneso, levando o paciente à morte", afirma o cardiologista Paulo Chaccur.
Os sintomas incluem dor ou sensação de aperto no peito, nas costas, no pescoço ou nos braços, assim como tontura, fadiga, arritmia e ansiedade.
E nem mesmo o infarto é apenas uma coisa: existem diferentes classificações (de acordo com o tipo de bloqueio --parcial ou total -- da artéria) e tipos, identificados pela causa da isquemia (falta de fornecimento sanguíneo).
E a parada cardíaca, o que é?
Outro problema que pode ser agrupado no termo ataque cardíaco, a parada cardíaca ocorre quando o fluxo de sangue que o coração gera é incapaz de manter oxigenação mínima do corpo. "Geralmente é causada por arritmia, que por sua vez é iniciada por um infarto", informa Valdigem.
Entre os sintomas estão a falta de ar, desmaio e dores no peito.
E morte súbita?
O cardiologista Pedro Gregorio Mekhitarian, médico da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que a morte súbita é uma manifestação de dor aguda e abrupta, sem a presença de sintomas prévios. Ela pode estar relacionada, por exemplo, à doença coronária --que ocorre quando há um estreitamento dos vasos que levam sangue ao coração -- e cardiomipatia hipertrófica --quando os músculos cardíacos se tornam espessos e maiores do que o normal, dificultando o bombeamento do sangue.
"Se o paciente chega ao pronto-socorro em tempo hábil, inicia-se o atendimento seguindo o protocolo de SAVC (suporte avançado de vida em cardiologia), e pode-se evitar a morte. Isso é a ressuscitação do paciente, após o procedimento, ele é encaminhado para o centro de hemodinâmica, quando houver, e internado em UTI", explica.
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