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Remédio para asma mostra resultados promissores contra esclerose múltipla

Ainda não disponível no Brasil, o ibudilast pode trazer resultados positivos para pacientes com esclerose múltipla - mermaidb/Istock
Ainda não disponível no Brasil, o ibudilast pode trazer resultados positivos para pacientes com esclerose múltipla Imagem: mermaidb/Istock

Do VivaBem, em São Paulo

04/09/2018 12h26

Um ensaio clínico de duas fases mostrou que o ibudilast, um medicamento anti-inflamatório normalmente usado para tratar asma, pode retardar o dano neurológico da esclerose múltipla progressiva em quase 50%.

Atualmente, existem poucos medicamentos que são eficazes em retardar a doença, que é caracterizada pelo declínio contínuo do sistema nervoso.

A doença afeta o cérebro, medula espinhal (sistema nervoso central) e nervos ópticos – o sistema imunológico dos pacientes confunde células saudáveis com malignas e as ataca. Aí, ocorrem lesões: a bainha protetora que cobre os nervos, conhecida como mielina, é destruída pelo próprio organismo.

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Como o medicamento foi testado

O estudo incluiu 255 pacientes norte-americanos com esclerose múltipla primária ou secundária, com idades entre 21 e 65 anos.

Destes, 129 foram aleatoriamente escolhidos para tomar o medicamento e 126 receberam um placebo. Após dois anos, os pacientes em ambos os grupos apresentaram perda de neurônios cerebrais, medida pelo encolhimento total do cérebro, mas aqueles que tomaram a medicação oral diária apresentaram 48% menos perda de tecido cerebral do que aqueles que tomaram o placebo. Os resultados completos são relatados no New England Journal of Medicine.

"Nossa esperança é que, em fases futuras, o benefício do ibudilast ajude na diminuição da progressão de deficiências físicas”, disse Robert Fox, principal responsável pelo estudo.

Exceto em casos isolados, a droga parece ser segura; os efeitos colaterais foram semelhantes entre os grupos e incluem transtornos gastrointestinais, depressão e dores de cabeça.

O ibudilast é comercializado no Japão desde 1989, mas ainda não foi aprovado para uso em diversos países, inclusive no Brasil.

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