Tirou parte mofada do pão e comeu o resto? Veja riscos da comida estragada
Quem nunca ficou na dúvida sobre cortar a parte do pão que estragou e comer o pedaço que ainda estava bom? Hábitos como estes são comuns no dia a dia e, muitas vezes, podem ser um perigo e provocar diversos problemas como diarreia, vômito e até afetar o sistema nervoso.
É importante perceber quando o alimento passou da validade e não deve ser consumido de jeito nenhum como explica Clarissa Hiwatashi Fujiwara, nutricionista da Abeso (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). "A comida vai dar sinais como alteração de cor, modificação de textura, sabor e tudo isso deve ser levado em consideração. Certos alimentos parecem estar livres de microrganismos, porém, eles podem estar infectados e não é possível identificá-los a olho nu", ressalta.
O UOL VivaBem conversou com Fujiwara, com as nutricionistas Vivian Zollar e Samantha Rhein, para explicar o risco dessas situações cotidianas, caso você consuma os alimentos deteriorados.
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Pão embolorado
Não se engane pensando que ao cortar somente a parte estragada e consumindo a parte boa, você está livre de fungos e bactérias. Isso porque, o pedaço que aparentemente não está deteriorado também pode estar com bolor, que é impossível identificar sem a ajuda de um microscópio. Se uma fatia estiver esverdeada ou cinza, o ideal é jogar todo o saco fora. O pão é poroso, então, é bem provável que tenha contaminação abaixo da superfície.
Queijo ressecado
Sabe aquela fatia de mussarela que você deixou na geladeira e apenas uma pontinha está diferente do resto? A mudança indica ressecamento e pode ter ocorrido perda de umidade.
Se não ocorrer alterações de cor, bolor ou mofo não há problema nenhum em consumir, desde que o produto ainda esteja dentro do prazo de validade.
No entanto, se houver alguma parte estragada, a recomendação é descartar a peça toda.
O mofo que aparece na superfície do produto é uma parte do fungo conhecido como micélio aéreo, porém as hifas, que seriam 'ramificações' que a gente não enxerga, se desenvolvem no interior do produto, podendo produzir micotoxinas, e, consequentemente, a doença transmitida por alimentos. Nathália Cirone, professora de Microbiologia de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp.
Batata com casca verde e ramos
Com certeza você ou alguém da família já se deparou com aquela batata com a casca verde, descascou e achou que tudo bem fazer um purê ou uma batata frita. No entanto, quando ela produz essa substância esverdeada do lado de fora, pode haver a produção de substâncias tóxicas como solamina e chacomina, que causam irritação na mucosa gastrointestinal e efeitos no sistema nervoso central como fraqueza, apatia e perda de coordenação. O ideal é descartar a batata e não a usar em nenhum preparo, mesmo se for cozinhá-la ou fritá-la.
Embutidos com bolor
Há uma diferença e deve haver um cuidado especial com esta classe de alimentos. No caso dos embutidos rígidos, ele pode apresentar um bolor superficial que pode ser retirado, e a parte boa, aproveitada. Isso vale para salames e alguns tipos de presunto como o jamón, por exemplo.
Já no caso dos bacons e linguiças, que apresentam mais umidade, devem ser descartados. O bolor pode se espalhar em outras áreas e a chance de contaminação é alta.
Iogurte soltando água
Apesar de o iogurte soltar água ser algum comum do alimento, o problema não está na água liberada, mas nos sinais que ela dá: observe a consistência, que deve ser homogênea, e se ela apresenta odor ou sabor azedo.
Saiba como identificar alimentos que passaram da validade
Frutas
Levar em consideração aspectos como odor, cor e sabor; as cascas devem estar íntegras e lisas. Para evitar que elas estraguem, o ideal é comprar em menores quantidades, respeitando a sua época de colheita. Para mantê-las limpas, higienize-as corretamente com produtos adequados na diluição indicada pelo fabricante. Além disso, é importante lavar as mãos para manuseá-las.
Legumes
Também são os mesmos aspectos das frutas. Os legumes deteriorados podem adquirir manchas cinzas, brancas ou verdes, já a sua textura tende a mudar, tornando as mais amolecidas.
Grãos e leguminosas
Quando crus, não podem apresentar presença de insetos, como carunchos e gorgulhos. No caso do feijão, por exemplo, outro ponto a ser observado é se ele está esbranquiçado ou esverdeado.
Carnes
Carne de boi e porco: apresentam coloração cinza e manchas esverdeadas quando estragadas. Além disso, podem apresentar odores fortes e textura viscosa.
Carne de frango: pode exalar odor azedo que remete a produção do gás amônia. Um aspecto rançoso pode ser apresentado nas carnes em decomposição.
Carne de peixe: o cheiro remete à amônia, assim como as demais carnes. Em relação à cor, apresenta aspecto amarelado ou acinzentado, ou cor opaca. Os olhos ficam opacos e sem brilho, e as guelras sem cor.
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