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Como tratar a depressão pós-parto durante a amamentação?

Daniel Navas

Colaboração para UOL VivaBem

18/09/2018 04h00

"Estou amamentando, mas tenho depressão pós-parto. Como tratar sem prejudicar o aleitamento?"

No Brasil, em cada quatro mulheres, mais de uma apresenta depressão entre o 6º e o 18º mês após o nascimento do bebê, como apontou um estudo publicado em 2016 no Journal of Affective Disorders.

Ao ser detectada com a doença, a mulher precisa procurar imediatamente a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para que o profissional escolha a melhor forma de tratamento. Caso haja necessidade do uso de antidepressivos, existem aqueles que podem ser utilizados durante a amamentação, como a sertralina.

Porém, podem haver situações em que é necessário o uso de medicamentos que impedem que a mãe amamente o filho, como é o caso da fluoxetina, citalopram e venlafaxina. Veja aqui quais as alternativas quando a mãe não pode amamentar.

Se a mãe for tratada adequadamente e com sucesso por esses remédios durante a gestação, pode ser que o médico mantenha a mesma prescrição. Ou seja, tudo dependerá da avaliação do profissional da saúde.

Por outro lado, os métodos não farmacológicos também devem ser considerados úteis para o tratamento. E isso inclui a meditação (mindfulness), ioga, exercícios físicos e massagens. Vale ressaltar que essa terapia deve ser um complemento ao tratamento médico, pois interromper a medicação pode permitir que a depressão progrida, o que é muito perigoso para a mamãe e seu bebê.

VEJA TAMBÉM:

Atualmente o termo "depressão pós-parto" foi substituído para "depressão perinatal", já que pesquisas apontam que a doença pode surgir também durante a gestação e até 1 ano (ou mais) após o parto. O problema é caracterizado por tristeza, desesperança, falta de vontade e motivação, irritabilidade, crises de choro, sentimento de falta de força para lidar com a nova dinâmica, transtornos alimentares e do sono, incapacidade emocional de lidar com algumas situações e falta de prazer.

Sobre as causas da doença, vale ressaltar que elas são diversas, desde genética, ou histórico de depressão antes da gestação ou durante uma gravidez anterior, gestação não planejada, precárias condições socioeconômicas e baixo apoio social. Além disso, a interrupção abrupta da produção de hormônios da placenta após o parto, a mudança de vida e a força psicológica do evento são fatores adicionais que também podem contribuir para o desenvolvimento do problema. Portanto, a dica mais valiosa é: sempre consulte um especialista.

Fontes: Eduardo Vieira Motta, ginecologista e mastologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Luiz Scocca, psiquiatra membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação Americana e Psiquiatria (APA), Mariza Theme, pesquisadora do departamento de epidemiologia e métodos quantitativos em saúde da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Yuri Busin, psicólogo e doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

Quais são suas principais dúvidas sobre saúde do corpo e da mente? Mande um e-mail para pergunteaovivabem@uol.com.br. Toda semana, os melhores especialistas respondem aqui no VivaBem.

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