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Cientistas acham genes "culpados" pela dor crônica nas costas

Novo estudo descobriu genes que estão associados com a dor crônica na lombar - Getty Images
Novo estudo descobriu genes que estão associados com a dor crônica na lombar Imagem: Getty Images

Do UOL VivaBem, em São Paulo

27/09/2018 15h31

Um novo estudo, publicado hoje (27) no jornal científico PLOS  Genetics, identificou três novas variações genéticas que estão ligadas a dores críticas na lombar. Ou seja, os cientistas conseguiram descobrir na 'programação' do corpo humano onde está o detalhezinho genético que pode determinar se você terá dor crônica nas costas ou não.

A pesquisa relaciona o risco de dores nas costas com variantes nos genes que controlam o desenvolvimento do esqueleto, entre outras vias. A descoberta ajuda a elucidar a biologia básica ligada a esse sintoma comum e visa apontar caminhos para o desenvolvimento de novas terapias.

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Em busca das tais variantes genéticas ligadas à presença de dor nas costas, os pesquisadores realizaram um estudo de associação genômica em 158 mil adultos, de descendência europeia, incluindo mais de 29 mil indivíduos com dor crônica nas costas.

A ligação mais forte foi com a variante do gene SOX5, que é um fator de transcrição envolvido em praticamente todas as fases do desenvolvimento embrionário.

Estudos anteriores já tinham associado a inativação do SOX5 a defeitos tanto na cartilagem quanto na formação de esqueletos em camundongos, um sinal que reforça a hipótese de que a variante pode contribuir para a dor crônica nas costas por meio de sua influência em algum aspecto do desenvolvimento do esqueleto.

Na segunda fase da nova pesquisa, a associação de variante SOX5 com dor crônica na lombar foi replicada em outro grupo com mais de 280 mil indivíduos, incluindo mais de 50 mil pessoas com dor crônica nas costas.

Os pesquisadores notaram que um segundo gene, previamente associado à hérnia de disco intervertebral, também estava ligado à dor nas costas, assim como um terceiro gene que desempenha um papel no desenvolvimento da medula espinhal, e que possivelmente implicam na sensação de dor ou risco de dor na lombar.

"Os resultados do nosso estudo de associação do genoma apontam para múltiplas vias que podem influenciar o risco de dor crônica na lombar", afirmou Pradeep Suri, do Departamento de Assuntos de Veteranos em Seattle, em Washington (EUA), que participou da pesquisa.

"A dor crônica nas costas está ligada a mudanças no humor, e o papel do sistema nervoso central na transição da dor nas costas aguda para crônica é bem reconhecido. No entanto, as duas principais variantes genéticas que identificamos sugerem causas implicando as estruturas periféricas, como a coluna vertebral. Esperamos que mais estudos genéticos de larga escala revelem a importância de contribuintes tanto periféricos quanto centrais para a complexa experiência da dor crônica na lombar", concluiu Suri. 

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