Cientistas criam método para detectar câncer de pâncreas com maior precisão
Um dos tumores mais raros no Brasil, o câncer de pâncreas é altamente letal. Isso porque o diagnóstico é difícil, os sintomas demoram a aparecer e, quando surgem, indicam que a doença está em estágio avançado e é mais resistente ao tratamento.
Para tentar diagnosticar o tumor precocemente, diversos esforços têm sido feitos para gerar métodos de triagem a partir de exames de rotina, como de sangue e urina. No entanto, os testes disponíveis ainda são caros e têm precisão limitada.
Agora, cientistas do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFC-USP), com o Hospital de Câncer de Barretos e da Universidade do Minho, de Portugal, criaram um biossensor que pode mudar e ajudar no quadro de diagnóstico da doença.
Os pesquisadores construíram um dispositivo potencialmente de baixo custo, capaz de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas com alta sensibilidade e seletividade.
VEJA TAMBÉM:
- Como minimizar o risco de câncer no pâncreas
- Açúcar demais dá câncer? Veja o que a ciência diz
- Ratos com câncer de pâncreas vivem 3 vezes mais com composto da maconha
“Conseguimos fazer um biossensor de baixo custo que demonstrou ser capaz de detectar o biomarcador do câncer de pâncreas em amostras reais de sangue e de células tumorais em uma faixa de relevância clínica”, disse Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do IFSC-USP e um dos criadores do dispositivo.
O dispositivo é formado por duas lâminas em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro). Uma das películas é composta por ácido 11-mercaptoundecanoico (11-MUA) e a outra é uma camada ativa de anticorpos capazes de reconhecer o antígeno CA19-9.
Sintetizada por células pancreáticas e do duto biliar, essa proteína é usada como biomarcador de câncer de pâncreas, uma vez que sua concentração é alta em pessoas acometidas pela doença.
A detecção dessa proteína é feita normalmente por meio do teste conhecido por Elisa (sigla em inglês para “ensaio de imunoabsorção enzimática”). Trata-se de exame de sangue baseado na interação específica entre o antígeno e seu anticorpo correspondente. Esse método, contudo, tem custo alto e sensibilidade limitada, o que dificulta seu uso para detectar câncer pancreático nos estágios iniciais.
“O antígeno CA19-9 não é completamente específico para detecção de câncer de pâncreas. Pacientes com pancreatite [inflamação do pâncreas] também podem apresentar alteração na produção dessa proteína”, explicou Oliveira Junior.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.