Doença de Haff: como casal teve problema que deixa o xixi preto?
Após comerem um peixe trazido de Fortaleza (CE), Karyne e Handerson Castro, que vivem em São Paulo, sentiram fortes dores musculares em diferentes lugares do corpo. Algumas horas depois, o casal cearense foi internado na unidade semi-intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein e diagnosticado com a Doença de Haff. A enfermidade é a mesma que causou um surto na Bahia em 2017, conhecida por deixar a urina preta.
Sua origem exata ainda é misteriosa, mas pesquisadores encontraram uma unanimidade: todos os pacientes, mesmo fora do Brasil, consumiram algum animal que vive na água, muitas vezes a doce. Acredita-se que o alimento ingerido tenha sido contaminado com alguma toxina, que não foi identificada. A possibilidade de uma bactéria foi levantada por especialistas, mas considerada pouco provável, já que os peixes foram cozidos ou fritos -- processos pelos quais o micróbio não sobreviveria.
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Os sintomas da Doença de Hoff costumam aparecer entre duas e 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos cozidos. Além das fortes dores e mudança na coloração do xixi, os pacientes podem ter insuficiência renal. Isso porque os músculos, quando lesionados, liberam uma substância chamada mioglobina no sangue, o que dá a cor escura à urina e pode prejudicar os rins. Outras sensações comuns são a falta de ar, dormência, perda da força do corpo.
Para chegar ao diagnóstico, os médicos podem pedir exames. No entanto, por não se saber exatamente o que causa a doença, o mais importante será ouvir o histórico dos pacientes. Por ser pouco conhecido, identificar o problema pode ser difícil, mas a recomendação é que um profissional de saúde seja procurado assim que os sintomas surgirem.
O tratamento é feito com base nas consequências que a doença deixou -- amenizando os sintomas como dores, falta de ar e auxiliando a situação dos rins com aparelhos, quando necessário. Em casos mais leves, os indícios da síndrome somem em alguns dias, sem a necessidade de internação ou uso de aparelhos médicos. Porém, ainda sim, a avaliação médica é importante.
Fonte consultada: Paulo Olzon, médico Infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
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