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Molécula prevê qual subtipo da doença de Crohn paciente pode ter

Usando miR-31, os médicos podem separar indivíduos com a doença de Crohn em subtipos - BBC
Usando miR-31, os médicos podem separar indivíduos com a doença de Crohn em subtipos Imagem: BBC

Do UOL VivaBem, em São Paulo

16/10/2018 12h03

Em um estudo publicado no periódico JCI Insight, pesquisadores da Cornell University e da University of North Carolina, nos Estados Unidos, localizaram uma molécula, chamada microRNA-31 (miR-31), cujos níveis podem prever se um paciente tem subtipo 1 ou subtipo 2 da doença de Crohn.

A ideia de tipos diferentes da condição inflamatória crônica do trato intestinal não é recente. Há muito os cientistas suspeitam que a doença representa uma coleção de distúrbios relacionados, mas ligeiramente diferentes. O problema é que até agora não foi possível prever qual subtipo um paciente provavelmente desenvolverá. A descoberta da molécula, no entanto, pode mudar isso.

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No estudo, um intestino artificial, chamado organoide intestinal, permitiu que os pesquisadores cultivassem amostras de biópsia humana, mantendo a fisiologia básica que existe dentro de um ser humano. Eles também usaram técnicas genômicas de ponta para rastrear a abundância de diferentes moléculas no tecido do cólon de mais de 150 pacientes.

Os microRNAs funcionam como mostradores negativos: quanto maior a abundância dessa molécula, mais um gene alvo será suprimido.

Os pacientes com subtipo 1, ao contrário do subtipo 2, muitas vezes não respondem bem aos medicamentos e desenvolvem estenoses --estreitamento extremo do tubo digestivo, exigindo cirurgia depois que ele se desenvolve. Marcadores como o miR-31 podem ser úteis no futuro para os médicos preverem se um paciente deve realizar uma cirurgia preventiva antes que a condição se agrave.

Usando o miR-31, os médicos poderiam potencialmente separar indivíduos com a doença de Crohn em subtipos, a fim de determinar com maior precisão se um determinado medicamento funciona para um subtipo e não o outro. "Nosso estudo sugere que o miR-31 não é apenas um preditor de resultados clínicos, mas pode ser funcionalmente relevante na condução da doença", diz Praveen Sethupathy, coautor sênior do estudo.

O trabalho futuro irá explorar exatamente o que o miR-31 faz e qual o papel que ele pode desempenhar na integridade do epitélio intestinal. "Nosso objetivo de longo prazo é entender melhor qual nível molecular porque a doença é tão diferente em cada paciente, e usar esse conhecimento para desenvolver terapias mais eficazes", diz Terrence Furey, outro pesquisador do estudo.

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