Frutas pouco conhecidas têm efeitos positivos em doenças cardiovasculares
Você já ouviu falar no mirtilo rosa? De origem no Sudeste Asiático, a fruta, usada na medicina popular para tratar diarreia e estimular o sistema imunológico, vem chamando a atenção dos cientistas por suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antiproliferativas e antilipogênicas.
Esse tipo de mirtilo é uma das maiores fontes no reino vegetal de piceatannol --um composto fenólico mais ativo que o resveratrol, encontrado principalmente na casca da uva. “O piceatannol parece interferir com o acúmulo de lipídios no tecido adiposo”, diz Yvan Larondelle, professor da Faculdade de Bioengenharia da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica.
VEJA TAMBÉM:
- Receita de vitamina de açaí
- Dormiu mal esta noite? Açaí e chocolate ajudam a driblar a fadiga
- Pigmento do mirtilo, do açaí e da uva pode inibir crescimento de câncer
Os pesquisadores têm auxiliado os produtores da fruta, que tem sido utilizada no Vietnã na produção de sucos e bebidas alcoólicas, a corrigir falhas na produção e desenvolver processos para extrair piceatannol de forma mais eficiente. A meta é introduzir o composto bioativo em outros produtos mais elaborados.
O novo açaí
O mirtilo rosa faz parte do grupo de frutas estudadas por Larondelle nos últimos 25 anos. O pesquisador pretende descobrir e explorar o potencial de frutas e verduras pouco conhecidas que podem ser fontes negligenciadas de compostos bioativos --substâncias que ocorrem naturalmente em alimentos e que interferem positivamente no metabolismo, mas que não são nutricionalmente necessárias.
Tudo começou com o açaí. Larondelle foi um dos primeiros a estudar a fruta de origem amazônica e revelar que ela é extremamente rica em compostos fenólicos antioxidantes --substâncias como os polifenóis, presentes no vinho tinto, com efeitos positivos sobre doenças cardiovasculares.
“Um copo com 250 mililitros de extrato de açaí tem 1 grama de compostos fenólicos”, destacou ele em palestra na Fapesp Week Belgium, realizada nas cidades de Bruxelas, Liège e Leuven de 8 a 10 de outubro de 2018.
Agora, a estratégia é selecionar vegetais promissores, com base no consumo e na utilização deles em medicina tradicional. Se o alimento atender a esses requisitos, os próximos passos dos pesquisadores são fazer a caracterização química dos bioativos potenciais e avaliar a biotividade dos compostos in vitro e in vivo, a fim de identificar se apresentam propriedades antioxidante, anti-inflamatória, antiaterosclerótica, antiobesidade e anticancerígena, entre outras.
*Com informações da Agência FAPESP
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.