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Síndrome de Burnout: as causas e como tratar problema de Izabella Camargo

A apresentadora do jornal Hora Um está afastada do trabalho desde agosto por causa da Síndrome de Bournout - Instagram/ Divulgação
A apresentadora do jornal Hora Um está afastada do trabalho desde agosto por causa da Síndrome de Bournout Imagem: Instagram/ Divulgação

Do UOL Viva Bem, em São Paulo

19/10/2018 16h34

A Síndrome de Burnout é um problema grave, associado à rotina estressante e as muitas exigências profissionais. Cada vez mais pessoas sofrem com a condição e, nessa quinta-feira (18), a jornalista Izabella Camargo, da TV Globo, revelou que se afastou do trabalho por causa do transtorno.

"Comecei a ter taquicardia, desorientações físicas e apagões no ar com frequência. Estou de licença médica desde a segunda quinzena de agosto", declarou em entrevista ao UOL

Realmente, esses são alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, que tem a sobrecarga no trabalho como motivo número um para seu desenvolvimento. Mas a falta de reconhecimento do gestor, baixo nível de autonomia e de participação nas decisões, corte de gastos, reestruturações na empresa, impossibilidade de promoção e conflitos com o chefe ou com colegas também podem desencadear o transtorno.

Além dos sinais relatados pela apresentadora substituta do telejornal "Hora Um", quem sofre o problema pode apresentar fraqueza; dores musculares, de coluna e de cabeça; tremores, náuseas; palpitações; tonturas; alterações no sono e de humor; falta de apetite; irritação e ansiedade

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Como identificar?

"A Síndrome de Burnout é insidiosa. Ela vai se manifestando pouco a pouco, sem a pessoa se dar conta. Quando o diagnóstico chega, o indivíduo já está no auge da crise", destaca Ana Maria Teresa Benevides-Pereira*, psicóloga e autora do livro Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem-estar do Trabalhador

Para identificar o problema o especialista analisa o histórico do paciente, sua relação com o trabalho e os sintomas percebidos. Se não cuidado, o transtorno pode causar úlceras, cardiopatias, diabetes, doenças autoimunes, crises de pânico e depressão; ou levar ao alcoolismo, uso de drogas e até mesmo suicídio. Portanto, ao primeiro sinal de que algo está errado, procure ajuda psicológica ou psiquiátrica.

"O fundo do poço não se atinge de um dia para o outro. Se perceber que até mesmo as coisas prazerosas do dia a dia perderam o sentido e que ir ao trabalho se tornou um suplício, converse com um profissional", adverte Benevides.

Como tratar

    Em sua conta no Instagram, Izabella Camorgo ressaltou a importância de um momento para ter calma a respiro. Essa mudança de comportamento ajuda. "A psicoterapia aliada à reeducação em relação à forma de trabalhar tem se mostrado a melhor forma de tratamento. Os medicamentos podem ser úteis para aliviar os sintomas, caso necessário", orienta Benevides. Ansiolíticos ou antidepressivos só devem ser usados com prescrição médica.

      Quem tem o problema sempre para de trabalhar?

      No Brasil, estima-se que 30% dos trabalhadores têm Síndrome de Bournout, de acordo com dados divulgados pela Isma (International Stress Management Association). Aproximadamente 96% dos portadores do transtorno se sentem incapacitados, o que provoca absenteísmo --a falta no trabalho -- e presenteísmo --quando a pessoa está fisicamente na empresa, mas com a mente distante.

      Pela Lei 8213-91, é permitido o requerimento de auxílio-doença previdenciário e estabilidade provisória no emprego, desde que constatado que a doença guarda conexão direta com a profissão. Porém, Ana Maria Rossi¸ presidente da Isma no Brasil alerta: a prática é bem diferente da teoria. ?Infelizmente, é muito difícil comprovar vínculo direto entre o transtorno e o trabalho. A empresa sempre poderá justificar que o problema é externo, relacionado à vida pessoal do funcionário?, critica.

      A solução, por enquanto, é apresentar um laudo médico que justifique seu afastamento e torcer para que a empresa seja justa em sua decisão. Caso não se sinta amparada, talvez seja a hora de refletir se não vale a pena procurar um novo emprego.

      "Seu trabalho é apenas um trabalho, você não pode depositar toda a sua vida nele?, frisa Ana Maria Rossi. ?Tenha outras fontes de felicidade e você verá que será mais fácil tomar qualquer decisão, mesmo que seja pedir demissão e buscar outra oportunidade."

      *Fontes consultadas em reportagem publicada em 21/03/2018.

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