Paralisia de Bell: conheça a doença que acomete Liminha
O assistente de palco do SBT, Liminha, 53, foi diagnosticado com Paralisia de Bell após passar mal durante a gravação do "Programa Silvio Santos", no último dia 9. Em entrevista ao UOL, sua esposa Fernanda Fiuza conta que ele está se recuperando. "É difícil se adaptar a falar diferente, comer diferente. O sorriso não é o mesmo e ainda ele tem que ouvir piadinhas e apelidos. É uma rotina bastante desgastante, são vários profissionais envolvidos para reverter a sequela da paralisia facial".
Apesar de ser bastante confundida com um princípio de AVC (Acidente Vascular Cerebral), a doença de Liminha é temporária e periférica --consiste em uma inflamação no sétimo nervo craniano facial, diferentemente do AVC que atinge a região cerebral. A paralisia de Bell provoca fraqueza e pode provocar paralisia de um lado da face, como aconteceu com o assistente de palco.
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"O AVC acomete só a parte inferior da face, enquanto a paralisia de Bell pega todo o lado do rosto, não fica só na boca, mas afeta os olhos também. Muitos pacientes ficam com dificuldade de fechá-los", explica José Luiz Pedroso, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein e professor afiliado do departamento de Neurologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Os principais sintomas desse tipo de paralisia são desvio da boca, alterações no paladar, dificuldade para fechar os olhos, alteração de lacrimejamento e da audição. Os pacientes também podem ter dor na região do ouvido.
Causas vão de vírus a diabetes
Existem algumas doenças que podem desencadear a paralisia, como diabetes, hipertensão e doenças infecciosas, como sífilis e HIV.
Na maioria das vezes, quando a paralisia não tem origem definida, os neurologistas fazem um diagnóstico presuntivo, que ela é de origem viral e inflamatória. “Os vírus mais frequentes associados são os da família do herpes, como o tipo 1 e o menos comum, o Zóster”, fala Pedroso.
Recuperação leva de dois a três meses
De acordo com Fernanda, a esposa de Liminha, o prazo para que ele reverta a paralisia é de até seis meses. "Ele tem acompanhamento com fonoaudiólogo, oftalmologista, fisioterapeuta, psicólogo, dentista e fazemos procedimentos a laser."
Pedroso explica que a maioria dos casos melhora sem tratamento específico, no entanto, corticoides são usados para acelerar a recuperação do paciente com paralisia de Bell. “70 a 80% dos casos melhoram sem tratamento, mas como o processo inflamatório pode durar de quatro a seis semanas, tomar esses medicamentos por um período de 14 dias, otimiza a recuperação”, explica Pedroso.
Uma opção complementar é aliar o uso dos medicamentos com um tratamento de fisioterapia para voltar a exercitar a musculatura facial. "Os pacientes podem demorar de dois a três meses para se recuperar completamente. Mas há pessoas que podem demorar nove meses", diz Aurélio Dutra, assessor médico em Neurologia do Fleury Medicina e Saúde.
De acordo com Dutra, 95% dos casos de paralisia não têm sequelas, mas cerca de 5% podem deixar algum déficit significativo. “A pessoa pode não recuperar a movimentação da face, ficar com algum desvio, não conseguir fechar o olho e não movimentar a boca de forma simétrica. A musculatura facial é muito importante para várias tarefas, como sugar um canudo para beber água, por exemplo. Se você está com ela de forma assimétrica, não consegue”, fala.
Como esses casos são raros, não existem comprovações científicas de como eles podem ser corrigidos. Mas, na opinião de Pedroso, as sequelas são mais estéticas do que funcionais.
Unidos contra a doença, Liminha e Fernanda criaram um canal no WhatsApp para trocar informações com outras pessoas que também sofrem com o mesmo problema e estão empolgados com um novo projeto. "Mexe com o psicológico, autoestima e vários fatores... Criamos o projeto Sorriso Bello da Paralisia de Bell e um grupo de WhatsApp, com intuito para trocarmos experiências, indicações de profissionais. Muitos fazem tratamentos com eletrochoque causando um agravamento no quadro. No grupo, um sempre ajuda o outro a voltar a sorrir, principalmente naqueles dias em que bate o desespero de ver a carinha torta", conta ela.
Fontes: Aurélio Dutra, assessor médico em Neurologia do Fleury Medicina e Saúde, e José Luiz Pedroso, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein e professor afiliado do departamento de Neurologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), entrevistados em matéria do dia 28/07/17.
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