"Coisa de gente doida": por que a terapia ainda é vista com preconceito?
"Sempre achei que você tinha cara de doida"; "É frescura"; "É dinheiro jogado fora". Frases como essa são muito comuns no dia a dia de quem faz terapia. Mas por que um tratamento reconhecido cientificamente é tratado como algo luxuoso ou só para quem tem problemas sérios?
Para especialistas entrevistados pelo UOL VivaBem, a base dos preconceitos está na separação entre a saúde mental e a física. E os problemas psíquicos acabam sendo deixados para segundo plano. Tanto que, quando falamos em dor, a primeira coisa que vem à cabeça é na física e não na sentimental.
Mas os problemas sentimentais são tão importantes quanto os físicos e quando se acumulam, podem ficar mais sérios, como depressão, ansiedade e, em casos graves, suicídio.
Fica muito clara também a falta de importância dada, quando se questiona o preço do tratamento. É possível fazer com cobertura do plano de saúde, mas apenas com o encaminhamento de um clínico geral ou psiquiatra.
Tudo isso afasta as pessoas de um tratamento psicológico.
Se olhássemos para as condições físicas e psicológicas em conjunto, evitaríamos momentos de sofrimento" Enriete Tognetti, psicóloga e coordenadora do Centro Escola do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo)
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Quando procurar ajuda?
Vale a pena buscar ajuda especializada se você sente que alguma questão o preocupa excessivamente, se anda descontando isso em algum hábito (como tomar café, beber álcool, fumar ou comer), se você sente impactos físicos e alterações na sua rotina, no trabalho ou nas relações interpessoais.
É importante ressaltar que a ajuda psicológica é muito diferente de um desabafo com amigos, pois o psicólogo trabalhará pontos de forma imparcial e tentará, aos poucos, apresentar soluções para os problemas.
Onde encontrar serviços de psicoterapia gratuitos
Já que o preço é um preconceito comum, vale lembrar que não importa em qual região do Brasil você está, existem diversas universidades particulares e públicas que oferecem serviços gratuitos ou com valores simbólicos em consultas.
Nas particulares, a partir do quinto ano, alunos já começam a atender sob supervisão de professores e pode haver cobrança ou não das sessões.
Já nas públicas, principalmente nas Universidades Federais de cada estado, também há consultas gratuitas supervisionadas, plantões de atendimento e orientações dos núcleos de psicologia ou psiquiatria. Na dúvida, ligue para a universidade mais próxima de você e pergunte sobre as possíveis filas de espera.
Fontes: Enriete Tognetti, psicóloga e coordenadora do Centro Escola do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo); Danilo Faleiros, psicólogo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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