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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Pesava 120 kg e tive de mudar após trombose. Hoje, sonho ser fisiculturista

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Thamires Andrade

Colaboração para o UOL VivaBem

22/11/2018 04h00

Problemas hormonais e estresse fizeram Carolina Lima engordar 60 kg em três anos. Após uma trombose, ela precisou emagrecer para não sofrer um problema fatal e recorreu à bariátrica. A operação a fez adquirir novos hábitos e virar fã de musculação:

"Até os 27 anos nunca enfrentei problemas com a balança. Mas com essa idade tive um problema hormonal e sofri um estresse emocional gigante na empresa: era muito volume de trabalho e uma grande tensão entre a equipe. Minha rota de fuga foi compensar as dificuldades com comida. 

Carol como emagreci ad2 - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Por trabalhar muito, não tinha ânimo de praticar atividade física e, para completar, comia muito errado, ainda que não fosse em grandes quantidades. Resultado? Em três anos, passei de 60 kg para 120 kg. Cheguei a descobrir o hipotireoidismo nesse meio tempo com o endocrinologista e mesmo com o medicamento o processo de ganho de peso não estabilizou.

O fato de ter engordado tanto afetava minha vida em vários aspectos. Não tinha mais vontade de sair de casa ou tirar foto. Fora que meu marido sempre gostou de fazer trilha e caminhada e eu não conseguia mais acompanhá-lo. 

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O que deu o start  para eu perceber que não podia continuar daquele jeito foi uma trombose séria. Meu angiologista disse que precisava perder peso com urgência, pois eu tinha 99% de chance de ter uma outra fatal. Ele recomendou que eu fizesse a cirurgia bariátrica, pois já tinha tentado de tudo (remédio, shakes e uma série de dietas) sem sucesso.

Muita gente pensa que a bariátrica é o caminho mais fácil, porém não é. Após a cirurgia há fases bem complicadas 

Carol como emagreci ad3 - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Fiquei 15 dias só com a dieta líquida, depois a pastosa e a partir daí os outros alimentos foram liberados. Mas é nesse momento que você vai reconhecer e reaprender o que seu corpo vai aceitar ou não. Eu, por exemplo, fiquei com intolerância à lactose. Não consigo comer mais leite, queijo amarelo e iogurte. Fora outras questões da bariátrica, como a síndrome de dumping --que faz você ter sensação de taquicardia e sudorese -- ou precisar tomar polivitamínico e remédio para queda capilar para toda vida.

Mas mesmo com esses ônus, vejo que a cirurgia para mim foi uma nova oportunidade de vida mesmo. Falo que tenho uma nova data de nascimento, pois foi quando senti vontade de viver de novo. Durante todo o processo, tive acompanhamento de nutricionista e psicólogo, pois é importante ter estrutura boa para a cirurgia.

Na bariátrica você altera o estômago, mas a cabeça continua gostando de pizza e chocolate. É preciso força para mudar isso 

Carol como emagreci academia - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Depois da operação, comecei o processo de reeducação alimentar e, assim que o médico me liberou, passei a fazer ginástica funcional e corrida, pois meu sonho era conseguir correr. Cheguei a emagrecer 70 kg e perdi muita massa muscular. Meu médico pediu para suspender o aeróbico e focar na musculação. Assim, retomei aos 60 kg, meu peso normal.

No início foi difícil, não queria malhar. Acordava de mau humor e só ia por obrigação mesmo, pois coloquei na cabeça que nunca voltaria ao ponto que cheguei: sem conseguir amarrar meu sapato ou precisar parar várias vezes para respirar ao subir uma escada sem parar para respirar no meio. 

Depois de um ano e meio, fiz uma cirurgia reparadora para remover o excesso de pele no busto e no abdome. Quanto pude retornar aos treinos, consegui ter muita disciplina e consegui manter a regularidade. Hoje em dia, meu corpo pede pelos exercícios e quando não malho fico de mau humor.

Com 120 kg eu sonhava correr e após a cirurgia consegui! Agora quero participar de um campeonato de fisiculturismo 

Carol como emagreci parque - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
O acompanhamento após a cirurgia --e que tenho até hoje -- fez toda a diferença, porque os profissionais a minha volta cobravam resultado, exigiam que eu seguisse tudo direitinho. Quando acordava desmotivada para treinar, pensava que estava pagando personal trainer e não desistia de ir.

Em relação à alimentação, continuo gostando de pizza e chocolate, mas agora só como quando sou liberada. Se no meu plano tem duas refeições livres no domingo, como um pedaço de pizza e um chocolate. Antigamente, era regra e hoje virou exceção. Isso faz a diferença. Depois de uns dois anos de cirurgia, a lua de mel da bariátrica acaba e você consegue comer o que comia antes. Se não conseguiu se reeducar, a chance de voltar a engordar é grande. 

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