Homens que consomem vegetais vermelhos e laranja têm menos perda de memória

Não é novidade que seguir uma dieta saudável faz bem ao cérebro. Mas um novo estudo realizados por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriu que homens que se alimentam de frutas e vegetais específicos podem proteger a memória.

Os cientistas analisaram os dados de um estudo que acompanhou 27.842 homens por 26 anos. Os participantes preencheram questionários sobre a ingestão de alimentos e bebidas no início do estudo em 1986 --quando tinham 51 anos, em média-- e depois a cada quatro anos, até 2002. O acompanhamento durou até 2012, quando a idade média era de 70 anos. Nos últimos anos da pesquisa, os voluntários realizaram testes curtos para descobrir se haviam notado algum declínio em sua própria capacidade de pensar e lembrar de coisas.

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Os resultados, publicados na quarta-feira (21) no periódico Neurology, mostraram que o consumo elevado de vegetais vermelhos e laranja escuro, frutas silvestres e suco de laranja estava associado a um menor risco de declínio na memória e nas habilidades de raciocínio.

A equipe dividiu os homens em cinco grupos de acordo com a ingestão de frutas e verduras. Os resultados mostraram que o grupo que comeu mais hortaliças consumiu cerca de seis porções por dia e que o grupo que consumiu menos consumiu duas.

No estudo, 55% dos homens pontuaram "bom" no teste de memória, 38% tiveram "moderado" e 7% tiveram "pobre".

Os homens que ingeriram mais vegetais tiveram 34% menos probabilidade de relatar uma redução na função da memória. Os resultados também mostraram uma chance 47% menor de ter um escore fraco nos testes de memória e raciocínio entre os homens que tomavam suco de laranja todos os dias, em comparação com aqueles que bebiam apenas uma vez por mês. O elo era mais relevante para os homens mais velhos que tomavam suco de laranja todos os dias.

Além disso, os homens que comiam mais frutas todos os dias eram os menos propensos a ter um escore ruim, mas esse elo perdeu força depois que a equipe considerou o efeito de outros alimentos.

Os autores argumentam que o fato de que os homens não passaram por testes de memória e pensamento no início do estudo, a fim de avaliar o declínio durante todo o período, não é necessariamente um problema. Isso porque todos eles tinham profissões que envolviam anos de treinamento, exigindo um alto nível de competência cognitiva, como odontologia, optometria e veterinária.

Eles também observam que, como o estudo foi restrito a esses grupos, as descobertas não se aplicam necessariamente a todos os homens ou mulheres.

"Um dos fatores mais importantes desse estudo é que pudemos pesquisar e rastrear um grupo tão grande de homens ao longo de um período de 20 anos, permitindo resultados muito significativos", conclui Changzheng Yuan, principal autor da pesquisa. "Ele fornece mais evidências de que escolhas alimentares podem ser importantes para manter a saúde do cérebro".

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