Pyridium: como tomar remédio para tratar infecção urinária
Por se tratar de um problema muito comum entre o sexo feminino (a uretra mais curta e próxima da vagina e do ânus facilita a entrada de bactérias), muitas mulheres já sabem de cabeça qual medicamento devem tomar para combater a infeção urinária. Aí, usam o remédio por conta própria ao sentir o primeiro sinal da doença (ardência ao fazer xixi), pulando a etapa de consultar o médico e tratar o problema como se deve.
Um dos medicamentos mais receitados para aliviar a dor é a fenazopiridina (comercializada com o nome de Pyridium e Urovit). A substância também é indicada para amenizar o desconforto depois de cirurgia, exame ou trauma que irrite a mucosa do trato urinário baixo (que inclui uretra e bexiga).
Aí é que mora o perigo. "O remédio tem ação analgésica e não antibiótica, ou seja, funciona para eliminar a dor, mas não cura a infecção", explica o ginecologista Alexander Kopelman, professor do Departamento de Ginecologia da Unifesp. "Deve ser sempre usado junto com o antibiótico. Caso contrário, corre-se o risco de mascarar a gravidade da infecção, permitindo que ela avance pelo sistema urinário", completa o médico.
Uma cistite (infecção que atinge a bexiga), por exemplo, costuma ser simples de tratar. Sem o cuidado adequado com antibióticos, pode evoluir a ponto de atingir os rins (pielonefrite), levando a internação e até um quadro de infecção generalizada.
Outro risco da automedicação com a fenazopiridina é acabar atrapalhando o diagnóstico da própria infecção a ser tratada. Como a substância ativa deixa o xixi de uma cor vermelho-alaranjada forte —o que é normal —, pode alterar o resultado de exames de urina realizados para detectar o grau de infecção e o tipo de bactéria causadora.
Duração do tratamento
A recomendação é tomar a fenazopiridina por até dois dias. "Esse é o tempo que normalmente o antibiótico, usado paralelamente, leva para começar a fazer efeito. Com a infecção sob controle, a dor diminui e o analgésico não é mais necessário", destaca o urologista Ravendra Moniz, coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano, em São Paulo.
Quem não pode tomar
Quem tem histórico de doença hepática ou insuficiência renal não pode tomar o remédio sem indicação médica. Diabéticos devem informar seu estado de saúde ao profissional e ficar atentos à resposta do organismo ao medicamento.
"Como tem açúcar na composição, a fenazopiridina pode desequilibrar os níveis de glicose no sangue", avisa Alexander Kopelman.
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