Quer viver mais? Veja 9 segredos das regiões mais longevas do mundo
Por mais de uma década, o autor e empresário norte-americano Dan Buettner, em parceria com a National Geographic Society (ONG vinculada ao grupo de comunicação de mesmo nome), realizou pesquisas para identificar regiões em diferentes partes do planeta nas quais a população vive mais e melhor em comparação a outros povos. Seus estudos resultaram no livro "Zonas Azuis - A Solução Para Comer e Viver Como Os Povos Mais Saudáveis do Planeta" (2010, Editora NVersos).
O ponto de partida de Buettner foi localizar lugares que não só tinham altas concentrações de indivíduos com mais de 100 anos, mas também grupos de pessoas que envelheceram sem problemas de saúde, como doenças cardíacas, obesidade, câncer ou diabetes. O autor aponta cinco regiões com essas características:
- Ilha de Ikaria, na Grécia: possui uma das taxas mais baixas do mundo de mortalidade e demência na meia-idade. Pesquisas relacionam sua maior longevidade à tradicional dieta mediterrânea que é rica em vegetais e gorduras saudáveis e contém quantidades menores de laticínios e carnes.
- Ilha de Okinawa, no Japão: abriga as mulheres mais longevas do mundo. Alimentos como batata-doce, açafrão, soja, chá de artemisia (erva-de-são-joão), açafrão e goya (melão amargo) são alguns dos segredos dos habitantes de Okinawa. O senso de comunidade também é muito forte entre eles.
- Região de Ogliastra, na Itália: possui a maior concentração de homens centenários do mundo. Sua população consome uma dieta baixa em proteínas. O resultado: taxas menores de diabetes, câncer e morte entre pessoas com menos de 65 anos.
- Loma Linda, na Califórnia: esta comunidade tem o maior aglomerado de adventistas nos Estados Unidos e alguns moradores chegam a viver dez anos mais saudáveis do que a média americana. Eles seguem uma dieta restritiva da doutrina religiosa basicamente composta por grãos, frutas, nozes e vegetais. A religião ainda preza pela proibição ao tabaco e álcool.
- Península de Nicoya, na Costa Rica: os residentes têm a menor taxa de mortalidade de meia-idade do mundo e a segunda maior concentração de centenários masculinos. O segredo da longevidade está em parte na vida em comunidade, nos profundos laços sociais e nos hábitos regulares de atividade física e de baixa intensidade.
O que essas regiões têm em comum?
De acordo com os achados de Buettner, são nove denominadores que as blue zones têm em comum. Veja a seguir
- Atividades físicas no dia a dia: seus habitantes fazem atividades naturalmente e não precisam de hora marcada para ir à academia, por exemplo. Cuidar da casa ou locomover-se a pé ao trabalho ou mercado são hábitos rotineiros. Em algumas regiões, o trabalho dessas pessoas envolve movimentos, como arar o campo.
- Vida com propósito: ter um plano de vida ou um motivo para acordar toda manhã é um ponto importante entre os moradores das zonas azuis e não só lá. A antropóloga Miriam Goldenberg já comprovou em pesquisas com idosos no Rio de Janeiro que ter projetos é algo comum entre idosos que vivem mais. O objetivo
- Rotinas mais calmas: essas populações não possuem um dia a dia corrido e cheio de compromissos. O estresse leva à inflamação do corpo, associada a todas as principais doenças relacionadas à idade.
- Refeições na medida certa: eles seguem a regra dos 80%, ou seja não comem até ficarem estufados (100%), mas, sim, até estarem satisfeitos.
- Dieta rica em vegetais: mesmo sem serem vegetarianos, esses grupos baseiam sua dieta nos alimentos derivados de plantas. Grãos, incluindo soja, feijões e lentilhas, são a pedra angular da maioria das dietas centenárias. Carnes --especialmente a de porco-- são consumidas, em média, apenas cinco vezes ao mês.
- Pequenas doses de vinho regularmente: o truque é beber de um a dois copos por dia, acompanhado de amigos ou nas refeições. E não, você não pode economizar durante toda a semana e consumir 14 copos no sábado. Isso não faz bem para a saúde.
- Espiritualidade: as zonas azuis têm algum tipo de prática religiosa. Muitos dos entrevistados pertenciam a alguma comunidade baseada na fé. Frequentar locais do tipo quatro vezes ao mês adicionará de 4 a 14 anos de expectativa de vida.
- Vida em comunidade: centenários de sucesso colocam suas famílias em primeiro lugar. Isso significa manter pais e avós idosos próximos ou em casa. Eles têm o propósito de serem os guardiões das famílias. Ou seja, são aquelas figuras centrais e encarregadas de passarem as tradições para os membros da comunidade.
- Influência das pessoas "certas": o Estudo de Framingham (pesquisa populacional realizada nos anos 80) mostra que fumo, obesidade, felicidade e até a solidão são contagiantes. Portanto, as conexões sociais de pessoas de vida longa moldam favoravelmente seus hábitos e saúde, e essas ligações são mais saudáveis nas regiões apontadas.
Fontes: Carlos André Uehara, presidente da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia); Sley Tanigawa, médica especialista em Medicina do Estilo de Vida e diretora-fundadora do CBMEV (Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida)
SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook - Instagram - YouTube
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.