Estudo clínico testa aplicativo para prever níveis de açúcar no sangue
Um aplicativo para telefones celulares capaz de prever os níveis futuros de açúcar no sangue (glicemia) é desenvolvido pela startup GlucoGear, em parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Para auxiliar a empresa na criação do aplicativo, a FMRP realiza um estudo clínico com portadores de diabete no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), acompanhando os níveis de glicemia e a influência exercida pela alimentação e a atividade física. O app, que deverá estar disponível ao público no final do ano que vem, ajudará a prevenir complicações como excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia) em diabéticos.
A GlucoGear faz parte do programa de aceleração da Sevna Startups, mantido pelo Instituto Sevna no Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto. "O objetivo é entender a variabilidade glicêmica, principalmente o quanto os alimentos ricos em proteínas, gorduras e carboidratos, além da atividade física, influenciam nessa variação", afirma a professora Maria Cristina Foss de Freitas, do Departamento de Clínica Médica da FMRP e coordenadora do Ambulatório de Diabetes do HCRP, que atua como consultora do projeto. "A pesquisa busca fornecer recursos para que a startup desenvolva um software capaz de fazer a predição da glicemia".
VEJA TAMBÉM
- "Tive câncer de mama aos 22 anos e usei maconha para aliviar o tratamento"
- Consumidores de alimentos orgânicos têm 25% menos risco de câncer
- 90% dos tumores na mama são gerados por estilo de vida e 10% por genética
No Ambulatório de Diabetes do HCRP são acompanhados 40 portadores de diabete, 20 com o tipo 1 e 20 com o tipo 2. "Durante um mês, por meio de dispositivos colocados no corpo dos pacientes, são monitoradas continuamente a glicemia e a atividade física", afirma Maria Cristina. Em um aplicativo desenvolvido pela startup, os participantes do estudo fazem o registro da alimentação e das medicações. "Essas informações ajudam a pessoa a ter um controle da evolução da glicemia, das condições alimentares e ajudar na decisão da dose a ser aplicada de insulina, no caso dos portadores de diabete tipo 1".
Os dados obtidos no estudo clínico servem de base para a equipe multidisciplinar da GlucoGear desenvolver um algoritmo (formulas matemáticas) que possa prever a glicemia. "O algoritmo utiliza recursos de inteligência artificial e modelos matemáticos. A ideia é que ele seja usado para calcular a glicemia futura, ou seja, em que nível estará dentro de algumas horas, a princípio", destaca a professora. "Desse modo, o paciente poderá prevenir tanto a queda quanto uma elevação indesejável, evitando complicações agudas (hipoglicemia e hiperglicemia)."
Aplicativo
Os responsáveis pelo projeto pretendem integrar a plataforma do aplicativo com sensores de glicemia e smartwatches. Também será criado um portal de acesso para profissionais e pacientes com relatório médico pronto para análise em consulta, facilitando e agilizando o tempo de atendimento do médico.
"Pretendemos disponibilizar o aplicativo e o portal no final de 2019 e partir para uma nova fase de validação científica, via estudo clínico de avaliação de eficácia e segurança, bem como uma avaliação de economia em saúde que a plataforma pode gerar", afirma Yuri Matsumoto, fundador e CEO da GlucoGear. "Para cumprir tal meta, no próximo ano terá início uma nova rodada de captação de investimento para financiar os novos desenvolvimentos e objetivos."
Sediada em São Paulo, a GlucoGear é acelerada pelo Sevna Startups, em Ribeirão Preto. O Sevna Startups é um programa de aceleração de startups mantido pelo Instituto Sevna e integra o Global Accelerator Network (GAN). Em operação desde 2015, o Sevna Startup promoveu cinco ciclos de aceleração completos e iniciou o sexto programa, do qual a GlucoGear faz parte, no último dia 8 de outubro. O Sevna possui um portfólio de 27 startups, com valor estimado em R$ 56 milhões.
A sede do Instituto Sevna está localizado no Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto (SP), responsável por atrair e reter empresas tecnológicas, em especial nas áreas de saúde, biotecnologia, tecnologia da informação e bioenergia. O parque é mantido por um convênio entre a USP, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.
SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook - Instagram - YouTube
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.