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Brasileiros criam ketchup nutritivo de acerola, beterraba e abóbora

Ingredientes usados no condimento são ricos em vitamina C, fibras e antioxidantes - Agência Brasil/Divulgação
Ingredientes usados no condimento são ricos em vitamina C, fibras e antioxidantes Imagem: Agência Brasil/Divulgação

Da Agência Brasil

01/12/2018 16h09

Imagine um molho denso, vermelho e levemente adocicado para saborear com seu sanduíche favorito ou batata frita. Rapidamente pensamos em ketchup. Agora, imagine esse molho com as mesmas características, mas feito com frutas e legumes naturais e livre de aditivos químicos e corantes. Essa é a proposta do Natchup, desenvolvido pela Universidade Federal do Ceará (UFC). No lugar do tomate, são usadas a acerola, a beterraba e a abóbora, que são abundantes no Nordeste.

A professora Lucicléia Barros, chefe do Departamento de Engenharia de Alimentos da UFC, conta que a ideia nasceu em 2016, quando os estudantes de graduação Bárbara Denise, Carolinne Filizola e Thiago Tajra queriam desenvolver um produto saudável e funcional, rico em vitamina C e livre de defensivos agrícolas, como atividade da disciplina Aspectos Básicos do Processamento de Frutos Tropicais.

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"Pensamos em fazer um molho parecido com o ketchup, que é muito popular principalmente entre os jovens, mas que fosse feito a partir de um fruto e tivesse as mesmas características sensoriais. De imediato, a acerola foi a primeira cotada por ser antioxidante e rica em vitamina C. A abóbora entrou no sentido de dar a consistência do produto e por ser rica em fibras. Ficou faltando a cor e chegamos à beterraba pelo potencial corante e por também ser rica em antioxidantes."

    A ideia virou projeto de pesquisa a partir de uma bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e passou por 21 formulações para resultar no produto atual. Os três estudantes se formaram, mas a pesquisa continuou com outros professores e estudantes da UFC.

    Prêmio internacional

    O Natchup é um dos dois alimentos brasileiros que receberam o selo Innovation Sial 2018, concedido em outubro durante o Salão Internacional de Alimentação (Sial), realizado em Paris, e será comercializado pela empresa cearense Frutã durante cinco anos, conforme parceria estabelecida com a universidade. Parte dos recursos arrecadados com a venda do Natchup será revertida para a UFC e para entidades sociais.

    A aliança entre a universidade e a empresa aconteceu no início da pesquisa. "Quando provei o molho, pensei: 'esse produto vai estourar no mundo'. Ele é à base de acerola, que pode ser cultivada toda de forma orgânica, com menos da metade do açúcar e sódio presentes no ketchup. Ou seja, é um produto para consumir sem culpa e, além de tudo, é muito gostoso", aposta Ana Patrícia Diógenes, sócia-diretora da Frutã, que aconselha ainda que outras empresas façam parcerias com instituições de ensino e pesquisa para o desenvolvimento de produtos inovadores.

    O Natchup fará parte do portfólio da empresa, que comercializa seus produtos para parte do Brasil e Alemanha, Bélgica, Portugal, Espanha, França e EUA. Segundo Ana Patrícia, durante o salão de alimentação em Paris, dez países já encomendaram o Natchup. O molho já está à venda online e deverá ser disponibilizado nos supermercados a partir do início de 2019.

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