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Vive com corpo roxo? Se não foi pancada, hematoma pode ser sinal de doenças

Às vezes, um hematoma pode ser alerta de doença  - iStock
Às vezes, um hematoma pode ser alerta de doença Imagem: iStock

Leonardo Costas

Colaboração para o UOL VivaBem

06/12/2018 04h00

Quem nunca se viu com uma mancha roxa na pele? É normal que ela apareça depois daquela topada na quina da mesa ou de um acidente no futebol do fim de semana, entre tantas outras situações. Por outro lado, quando as marcas surgem com uma certa frequência e sem motivo aparente, é importante investigar.

Sinais arroxeados são manifestações hemorrágicas e podem ser classificadas como petéquias, equimoses e hematomas. As primeiras são pontos vermelhos que aparecem e somem rapidamente. As equimoses são manchas maiores que um centímetro, que normalmente se manifestam após uma contusão. Os hematomas são grandes marcas roxas, resultantes de um acúmulo de sangue nos vasos.

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"O hematoma significa um extravasamento de sangue para o tecido subcutâneo (abaixo da pele) ou para dentro dos músculos --os chamados de hematomas musculares", explica a hematologista Suely Meireles Rezende, professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O primeiro tipo geralmente ocorre após um trauma ou queda. O segundo consiste em um sangramento profundo e quando ocorre de forma espontânea, sugere a existência de uma doença hemorrágica.

O que os hematomas espontâneos podem indicar?

Antes de qualquer coisa, é importante saber que a maioria das manchas roxas está relacionada a traumas provocados por pancadas e lesões, ou seja, não são graves ou indicam doenças. Quando surgem aleatoriamente, porém, podem ser indícios de alterações plaquetárias ou dos fatores de coagulação. No primeiro caso, pode ser provocada tanto por uma queda no número das plaquetas (o que geralmente é causada por medicamentos) ou por doenças como:

Púrpura trombocitopenica imune (PTI):  é um doença autoimune, que ocorre porque o  sistema de defesa do organismo erroneamente ataca e destrói as plaquetas;

- Leucemia aguda e crônica: a aguda é um tipo de câncer que leva à produção anormal de células sanguíneas, e a crônica ocorre porque as células normais fabricadas pela medula óssea são substituídas por células leucêmicas, comprometendo a produção de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas;

Aplasia de medula: quando há uma produção bem menor (ou simplesmente nenhuma produção) de células do sangue. A causa nem sempre é conhecida, mas pode ter a ver com agentes químicos, radiação e medicamentos;

- Doenças infecciosas: como dengue, febre amarela e outras que alteram a produção de plaquetas.

Quando o hematoma tem relação com fatores de coagulação, as alterações podem ser adquiridas ou congênitas, como:

- Hemofilia: doença genética rara que se caracteriza por sangramentos espontâneos (internos ou externos) e pela dificuldade do sangue em coagular, o que leva a pessoa a sangrar além do normal quando se corta, por exemplo;

- Doença de von  Willebrand: geralmente é hereditária, mas também pode ser adquirida ao longo da vida. Ela afeta uma proteína do processo de coagulação do sangue, levando a um quadro persistente de hemorragia.

Gravidade e tratamento

Quando um hematoma aparece do nada e permanece, ou quando aparece com frequência, é preciso investigar. Isso inclui prestar atenção também a outros sintomas. "A presença de sangramento em outros locais, como gengiva ou nariz, assim como febre, fraqueza ou perda de peso, pode ser sinal de alerta de algumas doenças e deve ser informada ao médico", orienta Guilherme Perini, hematologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Para determinar se um hematoma representa risco, é preciso levar em consideração o histórico clínico do paciente, há quanto tempo a mancha está visível, se pode haver associação com o uso de algum remédio ou com outra doença, a história familiar de sangramentos ou consanguinidade (afinidade por laços de sangue) e a identificação dos medicamentos de rotina utilizados.

"Algumas causas adquiridas de manifestações hemorrágicas, como as leucemias agudas, são muito graves e devem ser diagnosticadas o quanto antes, para início imediato do tratamento", afirma Marília Sande Renni, hematologista Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro (Hemorio).

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