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Estudo descobre gene que impede ratos de engordar; funcionará em humanos?

shironosov/IStock
Imagem: shironosov/IStock

Giulia Granchi

Do UOL VivaBem, em São Paulo

07/12/2018 08h47

Cientistas descobriram que desativar um único gene em ratos permite que eles comam o máximo de comida que quiserem sem ganhar peso. Com o Natal chegando, a notícia pode parecer muito animadora, mas ainda não foi testada em humanos --e pode levar algum tempo até que seja.

Em um artigo publicado no periódico científico EMBO Reports, cientistas da University of Texas Southwestern Medical Center e da Flinders Unversity, na Austrália, mostraram que um gene específico, conhecido como RCAN1, atua como um inibidor de resposta para todos os tipos de processos metabólicos e a produção de calor corporal.

Depois de desativar esse gene dos camundongos, eles confirmaram que os animais se tornaram resistentes ao ganho de peso induzido pela alimentação. Além disso, seu metabolismo recebeu uma sobrecarga, permitindo que eles queimassem mais calorias.

Mas, infelizmente, o sucesso da técnica nos ratos não garante o mesmo efeito em pessoas.

Em organismos menos evoluídos, como o dos animais, é mais fácil conseguir resultados positivos. A obesidade humana é uma doença multifatorial, um gene específico nunca é o único responsável. Os indivíduos ainda contam com questões emocionais que podem agravar o quadro

médico Ciro Martinhago, geneticista e doutor pela Unesp (Universidade Estadual Paulista)

No entanto, mesmo sem a certeza da eficácia em humanos, o especialista afirma que a descoberta é muito importante para novos tratamentos. "O futuro da medicina é personalizado, como já vemos em alguns tipos de tratamentos contra o câncer. A descoberta abre portas para a identificação de genes que possam ajudar em casos específicos e um melhor conhecimento da obesidade", informa Martinhago.

Os próximos passos são estudar os ratos mais profundamente e testar a técnica em humanos. "Para a experiência em humanos, seria necessário apenas bloquear o gene. A exclusão poderia causar outros problemas, já que alguns genes exercem até 300 funções diferentes. A ideia é que seja criado um medicamento que exerça o efeito de forma segura", assegura o geneticista.

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