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Tem algum problema em comer os mesmos alimentos todos os dias?

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Imagem: Getty Images

Giulia Granchi

Do UOL VivaBem, em São Paulo

17/12/2018 04h00

Criar refeições parecidas é um hábito adotado por muitos quando o assunto é alimentação saudável. Embora pareça monótono para alguns, este tipo de rotina é uma forma de manter a dieta na linha e o dia a dia mais prático.

Muita gente cozinha uma grande quantidade de comida e prepara potinhos de marmita iguais para a semana toda. Celebridades como Victoria Beckham também já afirmaram repetir as escolhas. Mas, será que além de uma questão de deixar a rotina mais prática, existe algum risco para a saúde em fazer todos os pratos exatamente iguais?

Se você respondeu sim, acertou. A longo prazo, o hábito gera deficiências de determinados nutrientes e excesso de outros. Para ter uma refeição de maior valor nutricional, em vez de repetir os mesmos alimentos todos os dias, repita os grupos de alimentos. Quem come batata-doce, que é rica vitamina A todos os dias, por exemplo, pode trocá-la por outro alimento do grupo de tubérculos, como a mandioquinha, rica em fibras e ótima aliada da digestão, inhame, que apresenta boas quantidades de vitaminas do complexo B. Se você sempre investe no arroz com feijão, vale trocá-lo por outras combinações de grãos e leguminosas, como ervilha com milho, soja com trigo, quinoa com lentilha, que trarão diferentes nutrientes para o prato.

Se o seu objetivo é a perda de peso, a maior riqueza de vitaminas e minerais ainda garante um melhor funcionamento do metabolismo, o que também significa maiores chances de controle de peso, desde que os alimentos e as quantidades sejam adequados -- o que deve ser estabelecido por um profissional da nutrição. 

Outro ponto negativo é sobrecarregar o organismo com a repetição de certos alimentos. Opções como soja não fermentada e a carne vermelha, se consumidos diariamente, podem dificultar o processo digestivo.

Diferentes cores no mesmo prato

Não é à toa que os nutricionistas insistem tanto em pratos coloridos. Quando se trata de frutas, legumes, verduras e grãos integrais, as cores significam que os alimentos são provenientes de compostos bioativos chamados de polifenóis (ou compostos fenólicos). Essas substâncias existem em diferentes tipos, e cada grupo deles tem uma função específica.

As frutas roxas, como jabuticaba e uva, contêm antocianinas, polifenóis que têm ação antioxidante (ajuda a prevenir o envelhecimento precoce e a aumentar as defesas do organismo), além de ser um potente antimicrobiano (ajuda a prevenir infecções). Veja melhor as propriedades de cada cor de alimento. Consumir alimentos de diferentes famílias também é importantes: brócolis e couve-flor, por exemplo, que fazem parte da família das hortaliças brassicas, (quando pouco cozidos ou crus),  têm sulforafano, que ajuda na desintoxicação do fígado e na prevenção de vários tipos de câncer (veja a melhor forma de preparar o brócolis para potencializar seus nutrientes).

Fontes: Daniel Magnoni, nutrólogo do HCor (Hospital do Coração) e Gabriela Cunha, nutricionista e mestre em Compostos Bioativos dos Alimentos pela Universidade de São Paulo

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