5 queixas estéticas comuns dos homens (e como resolvê-las)
Há um bom tempo que recorrer a procedimentos estéticos para corrigir imperfeições que incomodam diante do espelho não é exclusividade das mulheres. Embora não haja números oficiais, os especialistas estimam que os homens representam hoje cerca de 20% dos pacientes nos consultórios dermatológicos. E eles têm queixas bem específicas. Veja quais são e como é possível solucioná-las.
1. Calvície
A calvície é a causa número um das visitas masculinas ao dermatologista. O problema é causado por uma falha genética que faz com que o hormônio masculino testosterona seja convertido no derivado DHT (dihidrotestosterona), que age enfraquecendo o bulbo capilar e afinando o cabelo. O excesso de oleosidade, somado à predisposição genética, pode acelerar o problema. E o estresse, por sua vez, leva a alterações hormonais que resultam em aumento da oleosidade da pele, inclusive do couro cabelo.
Como resolver: o diagnóstico preciso é fundamental para determinar o tratamento adequado. Existem, atualmente, apenas duas drogas indicadas em quase todos os casos para interromper a queda e estimular o crescimento de novos fios de cabelo. O minoxidil (de uso tópico), que provoca vasodilatação e ajuda a aumentar a oferta de oxigênio para o bulbo capilar; e a finasterida (uso por via oral), que impede a formação do DHT. Mas não são garantia de resultado para todo mundo - os médicos avaliam que funcionem em cerca de metade dos carecas, dependendo do grau de calvície.
No consultório, um dos procedimentos mais eficientes para tratar a calvície é o microagulhamento, que consiste no uso de um rolo com pequenas agulhas que abrem canais na pele por onde são injetados ativos específicos. No caso da alopecia, o rolo é passado no couro cabeludo, que recebe em seguida soluções com proteínas e silício orgânico, entre outras substâncias, que vão agir cessando a queda de cabelo e estimulando a atividade do bulbo capilar. O tratamento pode ser dolorido e os resultados demoram cerca de seis meses para aparecer.
Vale saber que remédios e procedimentos só funcionam quando os bulbos capilares estão preservados (algo que deve ser avaliado pelo especialista). Caso contrário, a solução é recorrer a implantes capilares.
2. Foliculite
A inflamação dos folículos por onde saem os fios da barba ocorre principalmente por erros na hora de barbear como lâmina mal afiada, barbear a seco e corte nos sentido contrário do crescimento dos pelos (confira 9 erros graves que os homens comentem ao fazer a barba), que machucam a pele e abrem espaço para a contaminação por bactérias e fungos e para o encravamento dos pelos. Então, aparecem bolinhas avermelhadas, com ou sem pus, na área da barba, embaixo do queixo e no pescoço.
Como resolver: primeiro, evitando os erros ao barbear. Dependendo do grau de inflamação, pode ser necessário usar creme com antibiótico e corticóide para desinflamar. A prevenção pode ser feita com uso diário de cosmético à base de ácido glicólico, retinoico ou salicílico, que vai favorecer a renovação cutânea e conter a proliferação de bactérias.
Se o problema for recorrente, é possível fazer algumas sessões (de acordo com a indicação do dermatologista) de depilação a laser nas áreas com tendência a inflamação ou em toda a barba. O aparelho emite pulsos de luz que aquecem e destroem o bulbo piloso, levando à queda do pelo --que, então, demora mais para voltar a crescer e normalmente nasce mais fino. Como a luz é atraída pela melanina (pigmento que dá cor ao pelo), homens com barba escura e grossa tendem a obter resultados melhores. Pelo mesmo motivo, não é indicado usar o laser na pele bronzeada. Na pele negra, o ajuste da máquina tem que ser preciso a fim de evitar queimaduras.
Atualmente existem vários equipamentos para depilação, inclusive que resfriam a pele no momento do disparo da luz e aliviam a dor (uma das principais reclamações em relação ao método), "enxergam" bem pelos brancos e loiros e até ajudam a clarear a pele. O mais indicado é conversar com um dermatologista para determinar qual tipo preferir.
3. Pálpebras caídas e bolsas de gordura
À medida que o corpo envelhece, passa a produzir menos colágeno, proteína que garante firmeza, elasticidade e hidratação à pele --essa diminuição começa por volta dos 30 anos. Hábitos como tabagismo, excesso de exposição ao sol e à poluição e o tipo de alimentação colaboram para a degradação do colágeno. As consequências aparecem na face, que perde contorno, ganha rugas e fica flácida. A pele fina ao redor dos olhos é das primeiras a manifestar os sinais do tempo: as pálpebras superiores cedem (podendo até atrapalhar a visão) e as inferiores também, graças ao acúmulo de gordura e líquido na área sob os olhos. Essas mudanças contribuem para uma aparência envelhecida e cansada.
Como resolver: é possível preencher com ácido hialurônico os sulcos que se formam sob os olhos devido à presença das bolsas de gordura --e que acabam deixando-as mais evidentes. O procedimento é feito em consultório e consiste na aplicação da substância por meio de injeções com agulha finíssima. O ácido hialurônico é absorvido naturalmente pelo corpo, por isso o tratamento precisa ser refeito a cada seis meses, em média.
Dependendo do grau de queda das pálpebras superiores, é possível disfarçar com a aplicação de toxina botulínica em pontos específicos da testa. Com isso, paralisa-se a musculatura da região e consegue-se o esticamento da parte externa das pálpebras. O resultado também é temporário, e o tratamento também precisa ser refeito depois de seis meses, em média.
Uma solução definitiva, só que mais invasiva, é a blefaroplastia, cirurgia plástica para remoção do excesso de pele nas pálpebras inferiores e superiores. Na parte de cima, é feita uma incisão na prega natural que se forma com a movimentação da pálpebra e retira-se o excesso de pele e, em alguns casos, uma faixa do músculo orbicular (que contorna todo o olho). A cicatriz fica imperceptível com o olho aberto. Quando a finalidade é remover bolsas de gordura, um pequeno corte é feito logo abaixo da linha dos cílios, remove-se o excesso de gordura e pele e faz-se a sutura. É comum operar as pálpebras superiores e inferiores na mesma ocasião. O procedimento é normalmente feito com anestesia local e sedação, demora mais ou menos uma hora e o paciente recebe alta no mesmo dia.
Durante os três primeiros dias é bom aplicar compressa com soro fisiológico gelado a fim de acelerar a cicatrização e diminuir o inchaço. Na primeira semana deve-se evitar ler, ver televisão, ficar muito tempo no computador e tomar sol. Ao fim desse período os pontos são retirados.
4. Rugas
O envelhecimento natural, os hábitos do dia a dia e a atividade muscular por causa das expressões faciais contam para o aparecimento de linhas de expressão. No caso dos homens, as rugas profundas que se formam na região da glabela (entre as sobrancelhas) são as que mais incomodam porque podem deixar o semblante bravo ou preocupado. A correção dos sulcos nasogenianos (o "bígode chinês" nas laterais do nariz) também é bastante pedida. Como a musculatura do homem é mais forte do que a feminina, rugas dinâmicas (que se formam pela repetição de expressões faciais) tendem a ficar marcadas com mais facilidade.
Como resolver: a alternativa mais eficiente é a toxina botulínica. Isso porque, ao ser injetada no músculo facial, ela paralisa sua movimentação, impedindo a contração que faz surgir a ruga. O local das injeções vai depender do padrão individual de contração facial e a habilidade do especialista é fundamental para acertar na quantidade de toxina a ser aplicada e nos pontos exatos --caso contrário, o resultado pode ser uma aparência artificial e até expressões indesejadas do rosto.
Podem ficar pontos avermelhados e um leve inchaço no local das picadas, que desaparecem em poucas horas e podem ser aliviados com compressa gelada. Não é bom abaixar a cabeça, deitar em cima do local nem manipular a região nas horas seguintes à aplicação.
5. Acne
Pele oleosa, alterações hormonais e hábitos errados de alimentação e higiene facial, além da predisposição genética, se somam para resultar no aparecimento de acne em adultos. Como a doença tem causa multifatorial, o tratamento normalmente é bem individualizado. Mas uma regra vale para todos: cutucar as espinhas é proibido, sob o risco de piorar o aspecto e deixar manchas e cicatrizes fundas. Aqui, abordamos como tratar a acne ativa.
Como resolver: primeiro, é importante analisar as causas da doença e tentar fazer ajustes no estilo de vida --na alimentação e no nível de estresse, principalmente - que vão impactar na saúde da pele. O tratamento quase sempre consiste na combinação de medidas tópicas e tratamentos complementares, feitos no consultório dermatológico.
O homem normalmente tem a pele mais oleosa e, portanto, tendência maior ao aparecimento de espinhas. Por isso é indispensável adotar uma rotina de higiene facial preventiva, que inclua sabonete (com ácido salicílico, glicólico ou enxofre, que ajudam a controlar a oleosidade), esfoliante (para renovação da pele), hidratante (em veículo sem óleo) e filtro solar (que não obstrua os poros) próprios para pele acneica.
Nos casos de inflamação moderada e grave, pode ser necessário associar à higiene o uso de antibiótico tópico e por via oral a fim de controlar a população bacteriana da pele.
Em todos os casos vale a pena fazer sessões quinzenais de peeling químico (de ácido salicílico, glicólico, retinoico ou jessner), o que vai contribuir para a renovação celular, o controle de oleosidade e a estimulação do colágeno, melhorando a qualidade geral da pele.
Quadros de acne ativa podem receber, ainda, indicação de sessões mensais de lasers e outras tecnologias específicas (radiofrequência e luz azul, por exemplo), que vão atuar eliminando as bactérias causadoras da inflamação, atrofiando as glândulas sebáceas (e reduzindo a oleosidade) e estimulando a produção de colágeno.
Fontes: Wilson Cintra, cirurgião plástico, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; Denise Steiner, dermatologista, conselheira da Sociedade Brasileira de Dermatologia; Cristiano Kakihara, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica; Adriano Loyola, dermatologista, assessor do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia; e Abdo Salomão, dermatologista.
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