Nanda Costa conta que já usou remédio para emagrecer; é seguro?
A atriz Nanda Costa contou em seu perfil no Instagram que chegou a tomar remédio para emagrecer, na quinta-feira (20). "Como já contei pra vocês, eu fui uma adolescente gordinha, e como toda adolescente gordinha eu queria ter aquele tal corpo 'ideal' de capa de revista. Nessa época, ser atriz ainda era um sonho, e achava que para tal eu precisava estar magra e sarada. Botei minha saúde em risco algumas vezes fazendo todo tipo de dieta maluca", revelou.
Segundo Nanda, apesar de estar malhando muito na época da foto em que postou, na qual aparece com a barriga sarada, ela conta que também ingeria medicamentos que aceleravam seu metabolismo. "Isso me deixava tão acelerada que não conseguia nem perceber que estava magra e definida, tão pouco conseguia curtir as coisas mais simples e belas da vida. Tava sarada mas não tava feliz, tava eufórica", lembrou.
Em um país em que uma em cada cinco pessoas (18,9% da população) é obesa e mais da metade da população (54%) está com excesso de peso, segundo dados do Ministério da Saúde, e em uma sociedade que faz um culto ao corpo, histórias como a da atriz não fogem à regra.
Como nem todos conseguem emagrecer com mudanças na rotina, o uso de remédios acaba sendo uma alternativa. Mas quem pode usar e quando os medicamentos devem ser adotados como estratégia?
Segundo Walmir Coutinho*, professor e diretor do departamento de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), esses produtos são recomendados apenas para adultos com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30 --ou de 27 para cima em pessoas com comorbidades associadas, como diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado e disfunções osteomusculares (que prejudicam os movimentos e a locomoção).
O médico Rogério Friedman*, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), acrescenta que os fármacos para emagrecer devem ser vistos como parte de um programa de gerenciamento de peso para quem de fato precisa. "O principal é treinar o paciente para que ele adote uma rotina mais saudável. O medicamento seria empregado apenas quando não se consegue o resultado esperado com dieta e atividade física", diz.
Remédio para emagrecer vicia?
É preciso destacar que, ao contrário do que muita gente pensa, os remédios para emagrecer aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não viciam. Isso é um mito.
"O que acontece é que, pela obesidade ser uma doença crônica, é preciso fazer uso deles por longos períodos. Quando o paciente para de tomar, a doença volta a se manifestar com intensidade", comenta Durval Ribas Filho*, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
Entretanto, os primeiros remédios contra obesidade eram da família da anfetamina, que podiam, sim, causar dependência e efeitos colaterais perigosos.
No caso de Nanda, ela conta que quando precisou parar com os remédios, o efeito rebote foi difícil. "Quase entrei em depressão, meu pique e minha disposição pra malhar sumiram e comecei a engordar! Foi difícil superar essa fase e me equilibrar de novo", lembra.
Agora, a atriz diz que se sente saudável: "Posso não ter esse abdômen aí da foto, mas descobri que tomar essas 'coisinhas', remedinhos e chipps são coisas bem sérias e perigosas pra conquistar um corpo saudável. O corpo perfeito é o corpo saudável e em harmonia, independente do peso e forma."
*Fontes consultadas em matéria do dia 27/11/2018.
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