"Se não sentasse no ônibus, eu desmaiava"; entenda a síndrome vasovagal
Tontura, pressão baixa e desmaios recorrentes. A pedagoga Nataly Tardelli, 32 anos, enfrentou esses transtornos por praticamente toda a sua vida sem saber a real causa deles.
"Sofri bastante com os problemas entre os 3 e 7 anos e, de repente, eles pararam. Aí, a partir dos 14 voltei a ter uma série de episódios. Eles acontecem quando eu fico muito tempo em pé, no ônibus ou no supermercado, por exemplo. Minha mãe me levou a vários médicos e fiz diversos exames, mas até pouco tempo não conseguiram detectar nada", conta Nataly.
Durante praticamente a vida toda, ela e sua família acreditaram que esses sintomas eram decorrentes de fatores comuns, como beber pouca água ou se alimentar mal. Por isso, ela sempre fez tudo normalmente, apesar do receio de passar mal na rua. "Não era algo que eu ficava sentindo durante horas. Após o desmaio, logo eu acordava e me recuperava. Mas sempre sentia medo. Entrava no ônibus torcendo para ter um lugar para sentar, porque já sabia que passaria mal --mas não sabia que tinha uma doença."
Há alguns meses, porém, a pedagoga foi ao hospital devido a um forte mal-estar. "A neurologista decidiu me internar por cinco dias para me analisar melhor. No penúltimo dia, fiz um exame chamado Tilt Test, que detectou a síndrome vasovagal."
O que é a doença
A síndrome ou síncope vasovagal é uma condição que provoca a diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, originando sintomas como fraqueza, palidez, calor, náuseas, tontura, dor de cabeça e, por fim, o desmaio. A perda da consciência ocorre devido à dilatação dos vasos sanguíneos, por um estímulo inadequado do nervo vago, parte do sistema nervoso autônomo.
"Quando estamos em pé, o sangue tende a se acumular nos membros inferiores. Para manter a pressão, o nervo envia comandos para contrair os vasos. Diante de certos gatilhos, esses sensores dizem erroneamente que a pressão está alta. Então, os vasos dilatam, provocando o desmaio", explica o cardiologista Guilherme Fenelon, coordenador do Centro de Arritmia do Hospital Albert Einstein.
As crises ocorrem, na maioria das vezes, quando o indivíduo fica muito tempo em pé em ambiente quentes e fechados. A ingestão de bebidas alcoólicas e a prática de atividades físicas intensas também podem acarretar o problema.
A rápida recuperação é o principal aspecto para diferenciar a síndrome de outras doenças com sintomas semelhantes, como epilepsia ou labirintite. "Na epilepsia é diferente: após a crise, o indivíduo fica algum tempo atordoado até se recuperar totalmente. Já na labirintite ocorre mais uma sensação de desequilíbrio do que propriamente o desmaio", explica Fenelon.
Como é o tratamento
Assim como Nataly, muitas pessoas nunca ouviram falar da síndrome vasovagal. Conhecer a doença é importante para os pacientes buscarem orientação médica e evitar problemas. A síndrome em si não causa a morte, mas pode provocar uma queda e a pessoa se machucar gravemente, por exemplo.
Hoje, a pedagoga se considera mais preparada para lidar com a doença e enfrentar as situações em sua rotina. Ela consegue isso com estes cuidados simples:
- Praticar atividade física regularmente (que contribui para o aumento da capacidade cardiovascular e uma melhor circulação sanguínea);
- Manter-se bem hidratada;
- Alimentar-se adequadamente;
- Evitar ficar muito tempo em pé e em lugares abafados;
- Deitar-se ou pelo menos se sentar quando começar a sentir os sintomas, para a pressão voltar ao normal.
Para ajudar no controle da síncope, Fenelon recomenda dormir com a cabeça um pouco inclinada. "Assim, o organismo se acostuma com o estresse da inclinação e tende a enfrentar melhor as crises." Em casos muito severos, pode ser necessário o uso de marcapasso e medicamentos que ajudem a aumentar a pressão arterial.
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