Quem tem diabetes não pode comer doce? Tire dúvidas sobre a doença
Você provavelmente conhece alguém que tem diabetes, se você não for essa pessoa —no Brasil, aproximadamente 8% da população é diabético. Mas, apesar de ser uma doença conhecida, são muitos os mitos inventados sobre ela. É aquela história de que quem tem a condição não pode comer doce ou que todo diabético tem que tomar insulina.
"É fato que a dieta é parte fundamental no controle do diabetes, mas é necessário estar atento para não cair em armadilhas e colocar a saúde em risco. Informação é o principal meio para desmistificar alimentos ditos milagrosos", avalia Fernando Valente, médico endocrinologista e coordenador de Comunicação da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes).
Para tirar de vez todas as dúvidas sobre o tema, o UOL VivaBem conversou com especialistas e reuniu uma lista com sete mitos e verdades. Veja abaixo:
1. Diabetes tem cura?
Existem alguns estudos em andamento que tentam usar células-tronco para curar o pâncreas deficiente do portador do diabetes tipo 1 e tecnologias já disponíveis melhoram muito o controle nos níveis de insulina. Mas a doença é crônica e exige acompanhamento multidisciplinar pela vida inteira, mesmo que a glicemia esteja controlada. Já para quem sofre com diabetes tipo 2, a boa notícia é que, caprichando no estilo de vida saudável, é possível até reduzir o número de medicamentos tomados e viver sem medo de sequelas.
2. Produtos dietéticos estão liberados?
Ainda que isentos de açúcar, produtos dietéticos nem sempre são mais saudáveis e podem, inclusive, ter mais calorias do que o alimento convencional, como é o caso do chocolate diet. Isso ocorre justamente para que seja mais palatável (tira-se o açúcar, mas adiciona-se gordura), mas pode representar risco para a saúde da pessoa com diabetes, que é mais propenso a doenças metabólicas, como colesterol alto.
3. Pode consumir bebida alcoólica?
Ela não está totalmente proibida, mas é preciso ter cuidado, já que o álcool aumenta o risco de hipoglicemia, especialmente nos pacientes que usam insulina ou medicamentos que estimulam a produção do hormônio. A Associação Americana de Diabetes (ADA) recomenda o consumo diário máximo de 1 dose para mulheres e 2 doses para homens, sendo 1 dose equivalente a 360 ml de cerveja (1 lata), 150 ml de vinho (1 taça) ou 45 ml de destilado.
4. Todo diabético tem que tomar insulina?
As injeções de insulina são indispensáveis no tipo 1 e necessárias para alguns pacientes com o tipo 2. O principal objetivo é que a glicemia em jejum fique em torno de 100 mg/dl em jejum, e em 140 mg/dl duas horas após a refeição. Esse controle é feito com a ajuda de diversos tipos de tratamentos, indicados por um especialista. Ele pode incluir planejamento alimentar, atividade física, insulinoterapia e antidiabéticos orais.
Muitos pacientes com diabetes podem, no início, ter bons resultados apenas com dieta e exercícios, mas é importante seguir sempre a orientação médica. É preciso tomar muito cuidado com fitoterápicos que prometem baixar a glicose, chás, dietas milagrosas e jejuns que prometem tratar o diabetes naturalmente. Os especialistas esclarecem que não há evidências suficientes de que isso funcione. Existem diversos estudos científicos que demonstram benefícios de certas substâncias ou alimentos para o controle do diabetes, mas eles não substituem outras medidas.
5. Comer muito açúcar causa diabetes?
Não é bem assim. O açúcar em excesso contribui para o excesso de peso, que é um fator de risco para o diabetes tipo 2. Estudos também têm indicado que o consumo excessivo de bebidas açucaradas, como sucos industrializados e refrigerantes, aumenta consideravelmente o risco de desenvolver a condição.
6. Dá para prevenir o diabetes?
A epidemia que temos hoje ocorre em grande parte por conta dos maus hábitos de vida. Até há uma certa influência da genética por trás do diabetes tipo 2, o mais popular, mas é o excesso de peso, o sedentarismo e a má alimentação que desregulam de vez a relação entre insulina e glicose.
Não é à toa que essa é a variedade que mais preocupa os médicos. Como evolui lentamente, acaba levando a complicações sérias, como amputações e problemas na visão. Para se ter ideia, o quadro é a maior causa de cegueira no mundo em pessoas em idade produtiva, e isso poderia ser evitado em mais de 95% dos casos com informação e ações preventivas.
7. Diabético não pode comer doces?
Tal como as frutas, os doces podem ser consumidos com moderação. Porém, ainda precisam de maior atenção, uma vez que não apresentam quantidade considerável de fibras em sua composição. O excesso de glicose no sangue pode acarretar na oxidação excessiva de órgãos, sobretudo vasos sanguíneos, causando lesões renais e oculares, por exemplo. O ideal é consultar um nutricionista para analisar a melhor forma de incluir doce na dieta.
Fontes: Maria Edna de Melo, endocrinologista da Abeso, e Maria Fernanda Barca, endocrinologista da SBEM, entrevistados em matéria do dia 24/07/2018; Sociedade Brasileira de Diabetes; Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); National Institutes of Health (NIH, Institutos Nacionais de Saúde dos EUA); American Diabetes Association (ADA); Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista e pesquisador da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, e Solange Travassos, endocrinologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, consultados em matéria do dia 15/11/2017.
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